Embriões de camundongos são cultivados com sucesso no espaço pela primeira vez

04/11/2023 às 14:002 min de leitura

Embriões de camundongos foram cultivados e desenvolvidos com sucesso no espaço pela primeira vez, sugerindo a possibilidade da reprodução humana em ambientes de gravidade zero. O projeto, realizado a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) por cientistas japoneses, foi detalhado em um estudo que saiu na revista iScience no dia 27 de outubro.

O conjunto de 720 embriões congelados chegou ao laboratório em órbita em agosto de 2021, embarcado em uma missão da SpaceX. Depois de descongeladas, as células em estágio inicial foram cultivadas ao longo de quatro dias, em um dispositivo especialmente projetado para o manuseio do material, sob diferentes condições de gravidade.

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

De acordo com os autores, os resultados foram animadores, já que os embriões passaram pela etapa inicial de desenvolvimento e formaram blastocistos com massa celular interna (ICM) e trofectoderma (TE). Nas fases seguintes, o ICM é o responsável pela formação do feto, enquanto o TE fica com a produção da placenta.

Os pesquisadores da Universidade de Yamanashi, no Japão, e da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), temiam que a ausência de gravidade afetasse de maneira negativa a realização desses processos naturais. Porém, o desenvolvimento embrionário em tal condição ocorreu de forma semelhante à dos embriões cultivados sob gravidade artificial.

Sem alterações significativas

(Fonte: Wakayama et al/iScience/Reprodução)(Fonte: Wakayama et al/iScience/Reprodução)

De volta à Terra para uma nova análise no laboratório da universidade japonesa, os embriões de camundongos cultivados no espaço tiveram uma taxa de sobrevivência menor do que o grupo cultivado em solo, para comparação. A baixa foi notada tanto no material desenvolvido em microgravidade quanto naquele testado sob gravidade simulada na ISS.

Apesar disso, os sobreviventes se desenvolveram normalmente, sem qualquer efeito significativo causado pela ausência de gravidade. Outro detalhe importante é que eles não sofreram grandes alterações no estado do DNA e dos genes, conforme o grupo de pesquisadores.

“No futuro, será necessário transplantar os blastocistos que foram cultivados na microgravidade da ISS em ratos para ver se eles conseguem dar à luz”, ressaltaram os autores, liderados pelo professor do Centro de Biotecnologia Avançada da Universidade de Yamanashi, Teruhiko Wakayama, em comunicado.

Importância para a missão Artemis

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A reprodução dos mamíferos em ambiente de microgravidade tem sido motivo de dor de cabeça para os cientistas, devido às dificuldades envolvidas no processo sob esta condição. Por isso, os autores celebraram bastante este novo experimento.

Como o resultado mostrou que os embriões de camundongos podem sobreviver no espaço, pelo menos no estágio inicial, é possível que o mesmo aconteça com os humanos. Neste caso, a pesquisa mostra um caminho interessante para as futuras missões espaciais de exploração e colonização.

Uma delas é a Artemis, que pretende enviar os humanos de volta à Lua já em 2024, preparando o terreno para uma viagem ainda mais ambiciosa, levando os primeiros astronautas a Marte, possivelmente na próxima década.

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