Considerada destruída por mais de um século, tumba de 4 mil anos é reencontrada na Irlanda

03/02/2024 às 12:002 min de leitura

Uma tumba de 4 mil anos acabou sendo redescoberta na Irlanda após ter passado mais de 170 anos sendo considerada destruída. O túmulo se chama Altóir na Gréine, que significa "Altar no Sol" em irlandês.

Em 1838, uma aristocrata inglesa chamada Georgina Chatterton visitou o local e realizou um esboço dele, escrevendo em seu diário de viagem que havia encontrado "um curioso pedaço de antiguidade que um dia foi um altar, supostamente usado para oferecer sacrifícios ao sol".

Em 1852, no entanto, o pesquisador Richard Hitchcock visitou a região e concluiu que o túmulo havia sido desmontado, talvez para que suas pedras pudessem ser reutilizadas em outro lugar. Desde então, muitos arqueólogos presumiram que o Altóir na Gréine não existia mais.

Redescoberta histórica

(Fonte: Sean Mac/Divulgação)(Fonte: Sean Mac/Divulgação)

Depois dos primeiros relatos do desaparecimento do Altóir na Gréine, o arqueólogo e folclorista irlandês da Sacred Heart University, Billy Mag Fhloinn, passou a questionar a veracidade dos fatos. “Fiquei impressionado com o mistério do desaparecimento dessa coisa - e, de certa forma, com o drama do próprio local ao longo do cume daquela colina”, disse ele em entrevista à imprensa irlandesa.

De acordo com Mag Fhloinn, ele sentia que ainda existia uma pergunta sem resposta sobre o sumiço da tumba. Então, ele passou a construir um modelo fotogramétrico usando imagens tiradas do local no sudoeste da Irlanda. Há alguns meses, o pesquisador avistou uma pedra que o lembrou do esboço realizado por Chatterton no passado.

Então, Mag Fhloinn contatou o Serviço de Monumentos Nacionais da Irlanda, que enviou o arqueólogo Caimin O'Brien para averiguar a situação. Após uma inspeção detalhada, eles confirmaram que haviam localizado o, há muito tempo perdido, Altóir na Gréine. Porém, chegar até lá foi uma missão que exigiu algumas manobras criativas.

Desenterrando a tumba

(Fonte: Georgiana Chatterton/Reprodução)(Fonte: Georgiana Chatterton/Reprodução)

Em entrevista ao site WordsSideKick.com, Mag Fhloinn afirmou que precisou escalar cercas de arame farpado para confirmar a redescoberta da tumba. Ele acrescentou que apenas uma das pedras antigas do túmulo ainda estava de pé, mas várias outras pareciam estar enterradas abaixo do solo. Segundo o pesquisador, ele não espera encontrar restos humanos no local, já que o solo úmido ao redor da tumba teria provavelmente acelerado a erosão de quaisquer ossos.

O túmulo está localizado no topo de uma colina perto de Ballyferriter, uma pequena vila na Península de Dingle. Os arqueólogos dizem que é uma tumba em cunha, que nada mais é do que uma estrutura funerária comum na região formada pela colocação de pedras grandes e verticais em um retângulo. Em seguida, uma grande pedra angular era posicionada no topo da estrutura. Este exemplo específico data provavelmente entre 2500 a.C. a 2000 a.C.

Segundo historiadores, o nome da tumba também é algo bastante intrigante. O apelido "Altar do sol" sugere a possibilidade de que ela tenha sido construída em um alinhamento originalmente com o sol nascente em algum dia específico. O local agora será listado na base de dados de monumentos da Irlanda, de forma que não volte a ser perdido no futuro.

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