Artes/cultura
09/08/2024 às 10:00•3 min de leituraAtualizado em 09/08/2024 às 10:00
O corpo humano é realmente incrível. Tal como os outros animais, nós também apresentamos habilidades físicas sensacionais – sendo que, algumas delas, nós nem imaginamos possuir.
Falamos aqui em habilidades presentes na pele, na presença de um sexto sentido e outras questões fisiológicas que nos tornam portadores de "superpoderes" desconhecidos. E está tudo aí, à sua disposição no seu próprio corpo.
Costumamos admirar a capacidade dos cachorros de farejar e identificar cheiros como ninguém. Mas nós também temos habilidades de olfato que nem imaginamos, de acordo com uma descoberta feita por neurocientistas da Universidade de Berkeley.
Em 2007, os pesquisadores fizeram o seguinte experimento: eles mergulharam um barbante em essência de chocolate e arrastaram a corda por um campo em um padrão de zigue-zague, para espalhar bem o cheiro. Em seguida, voluntários foram vendados e orientados para usar apenas o olfato. O estudo descobriu algo impressionante: embora sejamos ruins para rastrear cheiros, nossas habilidades vão melhorando com algumas semanas de treino.
Já em 2017, outro estudo verificou algo ainda mais surpreendente: que nós conseguimos detectar certos odores melhor do que os cães. Entre eles, estão o cheiro de urina, flores, bananas e sangue humano.
Há também as pesquisas que provaram que os seres humanos também conseguem desenvolver habilidades físicas por conta da necessidade. Foi o que observou um estudo feito em 2014, que queria entender como os bombeiros conseguem tolerar altas temperaturas durante o seu trabalho.
A partir de um experimento feito com 2 grupos de voluntários (um deles era formado por bombeiros veteranos, e o outro por novatos), verificou-se que os mais experientes resistiam bem mais às temperaturas muito altas, sem achar o exercício muito desafiador.
O que os pesquisadores notaram é que essa habilidade foi se fortalecendo com o tempo de serviço – ou seja, os bombeiros vão desenvolvendo a capacidade de tolerar o calor quanto mais tempo permanecem atuando.
Todos nós conhecemos bem nossos cinco sentidos: visão, tato, olfato, audição e paladar. Mas os pesquisadores já chegaram à conclusão de que temos também um sexto, chamado de interocepção.
Basicamente, a interocepção é a capacidade de perceber as sensações internas do nosso corpo, como a fome, a sede, a respiração, a temperatura corporal, entre outras. Ou seja, nós somos capazes de usar os sinais internos do nosso corpo para nos alertar quando algo está fora de equilíbrio.
Isso nos faz, por exemplo, pegar um copo d'água quando está quente ou vestir uma jaqueta por conta do frio. Mas também nos ajuda em processos psicológicos, para nos fazer tomar decisões que visem manter a nossa estabilidade emocional. Quando está desequilibrada, a interocepção costuma ser associada à ansiedade, transtornos alimentares e depressão.
Parece mentira, mas não são só os animais que são capazes de criar e inocular veneno. Estudos sugerem que estamos próximos de desenvolver também essa habilidade.
A explicação é relativamente simples. As glândulas de veneno são glândulas salivares modificadas para produzir toxinas, com muitas proteínas. Animais como as cobras utilizam de uma alta quantidade de proteína para produzir veneno.
Acontece que genes semelhantes também aparecem na glândula salivar humana, que é um órgão também capaz de produzir proteínas em grandes quantidades. Mas, além disso, também conseguimos secretar calicreína, que é uma proteína que age sobre os substratos proteicos de diferente natureza. Já foi comprovada que a sua presença pode levar à queda da pressão arterial, devido à sua ação vasodilatadora.
A calicreína também é o ingrediente mais comum no veneno animal. Dependendo da espécie, a mordida de um animal com essa proteína pode se tornar apenas dolorosa, mas também fatal. Por enquanto, nossa saliva humana ainda produz uma quantidade bem baixa de calicreína, o que pode mudar com o tempo.