Ciência
22/03/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 22/03/2024 às 14:00
Nas profundezas da província de Shanxi, na China, repousam tesouros silenciosos que contam a história de uma era esquecida. Recentemente, arqueólogos do Instituto de Relíquias Culturais e Arqueologia de Shanxi, juntamente com membros do Instituto de Pesquisa Arqueológica de Changzhi, desenterraram três tumbas impressionantes que remontam à dinastia Jurchen Jin, uma dinastia não-chinesa que governou o norte da China entre 1115 e 1234.
Essas tumbas suntuosas, localizadas nos arredores da cidade de Changzhi, podem conter os restos mortais das elites, oferecendo uma visão fascinante da cultura e da sociedade da época.
Embora tenham sofrido alguns danos, as três tumbas exibiam um notável estado de preservação, adornadas com murais, decorações e inscrições que evocavam os tempos gloriosos da dinastia Jin. Os dois primeiros túmulos compartilham semelhanças notáveis em sua estrutura e decoração, com arcos esculpidos em tijolo, portas decoradas, janelas, estatuetas e padrões florais adornando suas paredes. Inscrições detalhadas oferecem um vislumbre vívido da época em que foram construídos, fornecendo informações sobre eventos históricos, figuras importantes e características geográficas da região.
Entretanto, o terceiro túmulo se destaca por sua singularidade. Suas paredes, que imitam estruturas de madeira, proporcionam uma atmosfera única e intrigante. Os murais encontrados neste túmulo exibem uma fauna e flora distintamente diferentes daquelas encontradas nos túmulos anteriores, com uma paleta de cores vibrantes e incomuns. Essas características desafiam os arqueólogos a entender melhor as crenças e práticas culturais dos ocupantes do túmulo pelas representações artísticas.
As diferenças culturais evidenciadas nos estilos das tumbas são de grande importância, indicando a coexistência de diferentes culturas sob o governo de Jurchen Jin. Descendentes de seminômades de língua tungusiana do nordeste da China, os governantes da dinastia Jurchen Jin administravam com dois sistemas distintos: um para os súditos chineses e outro para os próprios Jurchen.
A ascensão e queda desse poder dinástico foram marcadas por conflitos e alianças com outras potências regionais, como a dinastia Liao e os invasores mongóis. Além disso, essa dinastia é ancestral dos Manchus, um povo que mais tarde conquistou vastas áreas da China e da Mongólia.
As descobertas arqueológicas das tumbas da dinastia Jin em Shanxi oferecem uma janela fascinante para o passado da China, revelando não apenas a grandiosidade de uma civilização antiga, mas também a complexidade de suas interações culturais e políticas. Ao preservar e estudar esses sítios históricos, podemos enriquecer nossa compreensão da história e da diversidade cultural da China e do mundo.