Artes/cultura
04/12/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 04/12/2024 às 15:00
Arqueólogos dinamarqueses desenterraram um verdadeiro arsenal de armas da Idade do Ferro, escondido sob o que seria a residência de um poderoso chefe tribal. A coleção, datada de 1.500 anos, inclui mais de 100 itens, como lanças, espadas e até uma rara cota de malha. Segundo os especialistas, esse achado pode ter sido uma oferenda após uma vitória militar.
“O número de armas é impressionante, mas o mais fascinante é o vislumbre que temos da estrutura social e da vida cotidiana na Idade do Ferro”, destacou Elias Witte Thomasen, arqueólogo líder do projeto, em comunicado. Para ele, essa descoberta nos aproxima das pessoas que viveram naquela época, mostrando o poder e a influência de figuras como o chefe tribal dono do local.
A descoberta ocorreu durante as obras de ampliação de uma rodovia na cidade de Løsning Søndermark, em agosto. As armas estavam enterradas sob duas casas do início do século V, supostamente pertencentes a alguém capaz de liderar um exército. Entre os itens encontrados estavam 119 lanças e lanças, oito espadas, cinco facas, um machado e uma cota de malha, peça rara e extremamente valiosa na época.
Essa cota de malha, em particular, se destacou: enquanto outros exemplares da Idade do Ferro foram achados em túmulos, esta é a primeira descoberta em um assentamento. Os arqueólogos acreditam que ela pertencia ao próprio chefe, devido ao alto custo e ao tempo necessário para sua confecção.
Além das armas, os pesquisadores desenterraram fragmentos de dois anéis de bronze conhecidos como “anéis de juramento”. Esses itens simbolizavam poder e autoridade, reforçando a posição de destaque do chefe tribal na hierarquia local. Também foram encontrados objetos relacionados à montaria, como peças de bridão e um bugle, sugerindo a importância dos cavalos no contexto bélico e cerimonial.
Apesar da riqueza do arsenal, os arqueólogos ainda debatem se essas armas pertenciam a guerreiros locais ou se eram o resultado de pilhagens em guerras. A teoria mais aceita é a de que o arsenal foi enterrado como um ritual de sacrifício, simbolizando gratidão ou proteção após batalhas bem-sucedidas.
Curiosamente, um achado semelhante em Vindelev, a apenas 16 quilômetros de distância, indica que essa região era habitada por vários chefes poderosos durante a Idade do Ferro. Isso sugere uma complexa rede de liderança tribal e alianças estratégicas que podem ter moldado o cenário político da época.
Com análises em andamento, a equipe espera desvendar mais detalhes sobre a sociedade e os guerreiros da Idade do Ferro. Enquanto isso, a descoberta em Løsning Søndermark serve como uma janela para um passado cheio de intrigas, poder e, claro, muita habilidade militar.