Fóssil estranho com "ponto de interrogação" é de um dos primeiros animais do mundo!

Dizer que pesquisadores encontraram um bicho estranho na Austrália já virou pleonasmo. Mas foi o que ocorreu recentemente quando paleontólogos da Universidade Estadual da Flórida, nos EUA, se depararam com o fóssil de um animal que poderia caber na palma de uma mão, e com uma estrutura em forma de ponto de interrogação dividindo o seu corpo ao meio.

Com idade estimada em 555 milhões de anos, o que o coloca no final do Período Ediacarano (véspera da Explosão Cambriana de animais complexos), o bicho foi batizado de Quaestio simpsonorum em um estudo recente publicado na revista Evolution and Development. Em um comunicado, os pesquisadores o comparam a um “pequenos robô aspirador marinho", comendo algas e bactérias microscópicas no fundo do mar.

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Descoberto no Parque Nacional Nilpena Ediacara, no sul da Austrália, o que mais chamou a atenção nesse bichinho, explica em comunicado a coautora Mary Droser, é que esse desenho semelhante a um ponto de interrogação é um sinal de uma assimetria esquerda-direita definitiva, uma característica de formas de vida mais complexas,

Descobrindo o Quaestio

Para o coautor Ian Hughes, da Universidade de Harvard, um dos momentos mais emocionantes da descoberta do Q. simpsonorum foi quando viraram uma pedra e descobriram um rastro fóssil através de um espécime. "Ele podia se mover”, comemorou Hughes.

No fundo do mar antigo, os micróbios possivelmente formavam uma "tapete" nutritivo, como uma camada de lodo, onde o Quaestio vinha se banquetear, deixando uma textura particular nas rochas que hoje formam os leitos fósseis do parque. 

Qual a importância da descoberta do Quaestio?

Como os sítios naturais do Nilpena Ediacara são muito extensas (cerca de 61 mil hectares), os autores têm escavado há mais de dez anos em leitos fósseis e lajes de rochas. Quando trabalhavam com uma ajudinha extra de voluntários do Museu da Austrália do Sul, em um dos mais novos locais de escavação do parque, descobriram o Quaestio.

Para o primeiro autor do artigo, Scott Evans, ao estudar os genes que criaram a assimetria no Quaestio, um animal extinto há mais de meio bilhão de anos, podemos entender melhor como a vida complexa surgiu na Terra, pois os animais atuais usam genes parecidos para desenvolver suas diferenças entre os lados esquerdo e direito.

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Descobrir um animal complexo antes da explosão cambriana desafia o conhecimento tradicional que a complexidade surgiu de repente. Nesse sentido, assim como expresso no seu nome, o Quaestio cria uma importante questão para os paleontólogos, pois a ponte evolutiva entre animais simples e complexos pode ser mais longa do que se pensava.