Monstro-de-gila: o único lagarto venenoso dos Estados Unidos

31/07/2024 às 20:002 min de leituraAtualizado em 31/07/2024 às 20:00

Nos áridos desertos do sudoeste dos Estados Unidos e noroeste do México, habita um lagarto peculiar e notável: o monstro-de-gila (Heloderma suspectum). Esse lagarto se destaca por seu tamanho e aparência e por ser um dos poucos lagartos peçonhentos do mundo. Dotado de características únicas, ele é um verdadeiro sobrevivente nos ambientes áridos e extremos onde vive.

Características e ecologia

Ele é o maior lagarto norte-americano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Ele é o maior lagarto norte-americano. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O monstro-de-gila é o maior lagarto dos Estados Unidos, com até 56 centímetros de comprimento e peso de quase 2 quilos. Sua pele é adornada com padrões de listras laranjas ou rosadas sobre um fundo escuro, formando uma armadura natural conhecida como osteodermas, que protege contra predadores, como coiotes e falcões. Esses lagartos são estritamente noturnos e passam a maior parte de suas vidas em tocas subterrâneas.

Ele está adaptado aos desertos áridos do sudoeste americano, onde a temperatura pode variar drasticamente entre o dia e a noite. Sua coloração e padrões únicos proporcionam camuflagem em seu ambiente natural e ajudam na regulação térmica, permitindo que permaneçam ativos mesmo nas temperaturas extremas dos desertos.

Além de suas adaptações físicas, o monstro-de-gila também tem uma dieta diversificada e alimenta-se principalmente de ovos de aves, répteis e, ocasionalmente, pequenos mamíferos. Sua habilidade de escalar cactos em busca de ovos de pássaros demonstra sua adaptação única e estratégias de sobrevivência em um ambiente desafiador.

Veneno e importância científica

O lagarto usa o veneno como forma de defesa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O lagarto usa o veneno como forma de defesa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Uma das características mais fascinantes do monstro-de-gila é seu veneno poderoso, armazenado em glândulas na mandíbula inferior. Esse veneno é injetado na presa através de sulcos nos dentes, e usado principalmente para defesa contra predadores. Embora raramente fatal para os humanos, o veneno pode causar reações alérgicas graves.

Além de seu papel na defesa, os compostos do veneno do lagarto têm despertado interesse significativo na comunidade científica devido ao seu potencial para beneficiar a medicina. Cientistas descobriram que esses compostos têm propriedades bioquímicas únicas, incluindo a presença de exendina-4, um hormônio encontrado na saliva do lagarto e estruturalmente semelhante ao GLP-1 humano, peptídeo essencial para a regulação da glicose no sangue.

A partir dessa descoberta, foi desenvolvido o medicamento semaglutida, derivado da exendina-4, que se mostrou eficaz no tratamento de condições como diabetes tipo 2 e obesidade. Esse avanço ilustra como a pesquisa biomédica está explorando os venenos de animais, como o monstro-de-gila, para compreender melhor a biologia evolutiva desses organismos, e desenvolver terapias inovadoras que podem beneficiar milhões de pessoas em todo o mundo.

O monstro-de-gila é um exemplo fascinante de adaptação e sobrevivência. No entanto, frente às mudanças climáticas e à destruição de habitat, a conservação dessa espécie se torna um desafio para preservar a biodiversidade única das regiões áridas.

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