Pela primeira vez, cientistas encontram microplásticos em golfinhos

19/10/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 19/10/2024 às 18:00

Cada vez mais pesquisadores têm feito estudos que mostram a presença de microplásticos em lugares que nem se imaginava, como dentro do cérebro, no pênis e até na placenta que protege os bebês no útero. Agora, uma nova pesquisa constatou o impacto desses microplásticos no orifício de respiração de golfinhos selvagens.

O estudo foi feito com golfinhos-nariz-de-garrafa em dois locais nos Estados Unidos: na Baía de Sarasota, Flórida, e na Baía de Barataria, Louisiana. O que foi observado é que a presença de microplásticos nos animais pode estar afetando sua respiração e seu organismo como um todo.

O método usado no estudo

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
11 golfinhos foram analisados pelos pesquisadores. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

A equipe de pesquisadores coletou amostras do hálito de 11 golfinhos durante avaliações de saúde dos animais. Em seguida, essas amostras foram mantidas em uma placa de Petri e analisadas.

De acordo com Miranda Dziobak, pesquisadora e professora da Universidade de Charleston, o material presente no espiráculo (nome dado ao orifício pelo qual os animais respiram) dos golfinhos foi coletado e depois investigado em um dispositivo que mede a função pulmonar. O objetivo era captar amostras do ar exalado.

“Para analisar nossas amostras, usamos um microscópio no laboratório do nosso colega no The Citadel para procurar partículas que pareciam plástico com base na cor, textura da superfície e formato. Para confirmar que eram plásticos, nosso colega na Virginia Tech as examinou usando espectroscopia Raman”, explicou Dziobak para o portal IFLScience.

Os cientistas também coletaram amostras do ar ao redor dos golfinhos, para poder comparar os microplásticos presentes na atmosfera natural e na respiração exalada por eles. A ideia era também entender a presença desses elementos nos animais, uma vez que a maior parte desses estudos feitos até hoje foca nos humanos.

“Com base nesse corpo de pesquisa, queríamos explorar a inalação como um possível mecanismo de exposição para golfinhos. Também temos estudado a ingestão de microplástico em golfinhos, e vimos diferenças entre os tipos de partículas ingeridas e as partículas que suspeitamos serem inaladas”, observou Dziobak. 

O que foi descoberto?

Todos os golfinhos analisados possuíam resíduos de microplásticos no seu organismo. (Fonte: GettyImages / Reprodução)
Todos os golfinhos analisados possuíam resíduos de microplásticos no seu organismo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

No fim, os pesquisadores identificaram pelo menos uma partícula de microplástico na respiração de todos os 11 golfinhos. A partir de análises adicionais, eles também encontraram uma mistura de fibras e fragmentos, incluindo tereftalato de polietileno (PET), usado para produzir têxteis e tecidos. Outro elemento achado foi o polietileno, que está associado à produção de roupas e é frequentemente encontrado em águas residuais. 

Por enquanto, ainda não está bem claro quais são os impactos desses microplásticos na saúde em geral dos golfinhos. Mas os estudiosos esperam que as descobertas incentivem pessoas e instituições a reduzir o consumo do plástico.

“O que sabemos de estudos humanos é que inalar microplásticos pode levar à inflamação pulmonar e outros problemas respiratórios. Como observamos partículas semelhantes na respiração exalada de golfinhos, como foram relatadas em humanos, os golfinhos também podem estar em risco de problemas pulmonares”, concluiu Dziobak. 

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