Ciência
25/05/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 25/05/2024 às 10:00
A sensação de que o tempo passa mais rápido ou mais devagar durante certas atividades é um fenômeno intrigante, que tem levado muitos cientistas a estudarem as variáveis envolvidas para entenderem melhor esse efeito.
Recentemente, os pesquisadores Andrew Edwards, da Canterbury Christ Church University, Stein Menting e Marije Elferink-Gemser, da Universidade de Groningen, e Florentina Hettinga, da Northumbria University, investigaram como o exercício pode influenciar a percepção do tempo.
Publicado na revista Brain and Behavior, o estudo revelou que nossa noção de tempo pode ser significativamente distorcida durante algumas atividades.
Para investigar como o exercício afeta a percepção do tempo, os pesquisadores conduziram um experimento com 33 participantes fisicamente ativos. Utilizando um cicloergômetro Velotron, foi criado um percurso virtual de 4 quilômetros para ser completado pelos participantes em três diferentes condições:
Durante o experimento, os participantes foram solicitados a estimar intervalos de 30 segundos em diferentes momentos: antes do exercício, durante o percurso em pontos de 500 metros, 1.500 metros e 2.500 metros, e após a conclusão do exercício. Nenhuma informação numérica sobre frequência cardíaca ou desempenho foi fornecida aos participantes para evitar influenciar suas estimativas de tempo.
Os resultados mostraram que, durante o exercício, os participantes sentiram que o tempo passou mais devagar. A percepção do tempo ficou cerca de 9% fora do ritmo real; o que indica que os participantes sentiram que o tempo estava passando mais devagar do que realmente estava.
Outra observação importante é que a introdução de um adversário, seja passivo ou ativo, não alterou significativamente essa percepção. Isso sugere que a competição não tem um impacto adicional na distorção temporal induzida pelo exercício. Além disso, apesar de os participantes não serem ciclistas profissionais, todos estavam em boa forma física, o que pode limitar a generalização dos resultados. Essas descobertas têm implicações importantes para escolhas saudáveis de exercícios e para otimização do desempenho.
Os estudos sugerem que a percepção do tempo durante o exercício é influenciada por fatores situacionais, sendo mais lenta em atividades que demandam esforço e concentração. Compreender essa distorção temporal pode melhorar a experiência e a eficiência dos exercícios. Portanto, ao sentir que o tempo se arrasta durante o treino, isso pode ser um sinal de que você está realmente engajado e focado em sua atividade física.