Ciência
26/07/2024 às 10:00•2 min de leituraAtualizado em 26/07/2024 às 10:00
O Reino Unido se tornou o primeiro país europeu a aprovar a venda de carne cultivada em laboratório para cães e gatos. A empresa Meatly, sediada na região, agora está oficialmente autorizada a vender produtos de ração para animais de estimação contendo frango cultivado, de acordo com o anúncio feito em seu site.
A empresa espera começar a vender o produto ainda este ano e planejam expandir suas operações para outros lugares, atingindo um volume industrial nos próximos três anos.
Para desenvolver a carne em laboratório, a Meatly começa seu processo com uma pequena amostra de células retiradas de um ovo de galinha. Essa amostra, então, é criada em uma incubadora que controla variáveis como temperatura e acidez. Eles também fornecem às células vitaminas, minerais e aminoácidos, permitindo que elas cresçam até se tornarem carne.
O principal objetivo de produzir carne cultivada em laboratório é reduzir o impacto da agricultura industrial no planeta. Segundo estimativas de pesquisadores, a agricultura é diretamente responsável por até 8,5% de todas as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) do mundo. Ainda não está claro o quanto esse método alimentício para pets pode contribuir para reduzir esse problema, mas a expectativa é positiva.
Estudos feitos pela empresa indicam que a comida para cães e gatos produz cerca de 33,56 kg de CO² por 1 mil kcal para rações úmidas e 4,25 kg de CO² por 1 mil kcal para rações secas. Além disso, pesquisas posteriores sugerem que as emissões de comida para animais de estimação nos Estados Unidos são cerca de 25% a 30% das emissões de GEEs associadas ao consumo de carne no país.
De acordo com os pesquisadores, a carne cultivada em laboratório também é uma oportunidade atraente para a alimentação de animais carnívoros em fazendas. Apesar de seus prós, no entanto, esse tipo de carne nem sempre foi uma ideia fácil de vender. Atualmente, existe um grande número de nações europeias que se opõem a ideia.
Um exemplo disso é a Itália, que proibiu a venda de carne cultivada em laboratório no ano passado como uma tentativa de "salvaguardar a rica herança alimentar do país". Porém, embora exista esse distanciamento, a grande maioria das pessoas parece considerar a ideia de alimentos cultivados em laboratório como uma ideia interessante.
Um estudo do Reino Unido, feito em 2022, descobriu que cerca de 40% dos carnívoros consumiriam carne cultivada e 81% deles alimentariam seus animais de estimação com esse tipo de alimento. Entre veganos e vegetarianos, o número é ainda maior: cerca de 62% e 56%, respectivamente, disseram que estariam dispostos a consumi-la.