Artes/cultura
09/10/2017 às 06:09•2 min de leitura
Você certamente já ouviu falar sobre a Biblioteca de Alexandria e a respeito de como ela — infelizmente — foi destruída durante um incêndio, certo? Mas, o que mais você sabe sobre essa que está entre as bibliotecas mais célebres da História, e como você imagina que era caminhar por essa maravilha Antiguidade? Pois, a seguir você poderá descobrir um pouco mais com relação ao que se sabe desse grandioso lugar.
De acordo com Earl Hunsinger, do site Buzzle, os historiadores acreditam que a Biblioteca Real de Alexandria, no Egito, foi fundada por voltado século 3 a.C. por Ptolomeu II um pouco depois de seu pai fundar um templo para as Musas dedicado às divindades gregas das artes. O santuário, aliás, era conhecido como museaum, palavra que deu origem ao vocábulo “museu” que usamos hoje em dia.
Grandiosa (Wikimedia Commons/Domínio Público)
Mas, voltando à biblioteca, segundo Earl, é estimado que a o local abrigava entre 400 mil e 700 mil volumes — algo que pode não parecer muito quando comparado com as coleções de algumas bibliotecas atuais, como é o caso da Biblioteca Britânica, que conta com mais de 170 milhões de livros, e da Biblioteca do Congresso dos EUA, que tem mais de 164 milhões de tomos!
No entanto, é importante ter em mente que a Biblioteca de Alexandria não abrigava livros propriamente ditos, mas rolos e mais rolos de pergaminhos. Afinal, naquela época, a impressão por tipos únicos em prensas mecânicas estava longe de ser inventada e, evidentemente, não existiam máquinas de escrever, computadores ou impressoras. Sendo assim, todo o material escrito era produzido à mão com o uso de plumas e tinta em rolos geralmente feitos com a pele de animais — e com muita paciência e dedicação por parte dos escribas.
Ícone do conhecimento na Antiguidade (Book Clubbish)
Além disso, caso alguém quisesse uma cópia deste ou daquele rolo, era necessário transcrever tudo na raça, uma vez que não existia a produção em massa, e o processo era demorado e trabalhoso. Isso significa que cada um dos pergaminhos que faziam parte da coleção da Biblioteca de Alexandria era incrivelmente raro e, em muitos casos, único. E como é que os egípcios conseguiram reunir tantos volumes?
De acordo com Earl, Ptolomeu III teve uma ideia curiosa de como aumentar a coleção. Alexandria era uma importante cidade portuária da Antiguidade, e o faraó decretou que todos visitantes deveriam entregar os pergaminhos que estivessem em seu poder para que fossem copiados pelos escribas reais. Após a cópia ser concluída, os originais eram guardados na biblioteca, enquanto as reproduções eram devolvidas aos proprietários — sim, caro leitor, os donos tinham que se contentar com as transcrições de seus valiosos pergaminhos.
Com relação à destruição da Biblioteca de Alexandria, embora se saiba que ela se deu por conta de um terrível incêndio, existe mais de uma versão sobre como o fogo começou. Uma delas, defendida por alguns historiadores da Antiguidade, culpa a Júlio César pelo evento — relatando que o romano teria incendiado embarcações que se encontravam atracadas porto durante sua invasão à cidade entre os anos de 47 e 48 a.C., e que as chamas teriam se espalhado pelo porto e chegado até a biblioteca.
Existem controvérsias sobre como a biblioteca foi destruída (Ancient Origins)
No entanto, de acordo com Earl, nem todos os historiadores da Antiguidade parecem concordar com essa versão. Isso porque, alguns relatos dão a entender que nem todos os pergaminhos ficavam armazenados na biblioteca, mas distribuídos em diversos edifícios de Alexandria. Portanto, os estudiosos de hoje acreditam que nem todos os rolos foram destruídos no incêndio.
Até onde se sabe, o Museu de Alexandria existiu até por volta do ano 400 d.C., quando esse e outros tantos edifícios considerados pagãos foram destruídos a mando do Imperador Teodósio de Roma, sendo assim, é possível que o que restou da coleção original tenha desaparecido então. Uma verdadeira pena — e uma perda inestimável de conhecimento e cultura.