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28/05/2020 às 06:47•3 min de leitura
Você já ouviu falar de um evento conhecido como Kristallnacht ("Noite dos Cristais" em tradução livre)? Ele se aconteceu na noite do dia 9 para o dia 10 de novembro de 1938 e consistiu em um ataque arquitetado pelas forças nazistas aos judeus que residiam na Alemanha na época. O resultado disso foi a destruição parcial ou total de mais de 7,5 mil estabelecimentos comerciais, edifícios e sinagogas em apenas uma única noite.
(Fonte: History)
O nome “Noite de Cristal”, como você já deve ter deduzido, surgiu por conta da imensa quantidade de estilhaços e vidros quebrados que cobriram as ruas de diversas cidades alemãs depois de o ataque ser concluído. Porém, os danos materiais foram o de menos. Infelizmente, quase 100 pessoas perderam a vida naquela trágica noite — número ínfimo quando pensamos que, segundo as estimativas, cerca de 30 mil judeus foram capturados e enviados a campos de trabalho e extermínio nessa mesma ocasião.
A Noite dos Cristais não foi algo que aconteceu no calor do momento, de uma hora para outra, muito menos consistiu em um ataque organizado ao longo de vários meses. Na verdade, as ideias antissemitas já estavam sendo disseminadas há tempos pela Alemanha e seus territórios, sem falar nas leis e restrições impostas aos judeus, que já se encontravam em vigor há vários anos.
(Fonte: History)
Em 1938, quando a Kristallnacht aconteceu, os judeus foram obrigados a carregar documentos de identificação onde quer que fossem e proibidos de iniciar negócios próprios. Além disso, muitas universidades fecharam as portas para estudantes de origem judaica.
(Fonte: History)
No entanto, o estopim — ou a desculpa que os nazistas acharam para por em prática as ações daquela dramática noite — foi o ataque que aconteceu em Paris, na França, de Herschel Grynszpan (judeu de origem polonesa) contra Ernst vom Rath (diplomata alemão) no dia 7 de novembro.
Grynszpan atirou e matou vom Rath e, 2 dias depois, o Ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels, fez um acalorado discurso no qual culpou os judeus pela morte do diplomata e deixou implícito que o governo não faria absolutamente nada para impedir um ataque contra esse povo. Então, a violência começou a escalar rapidamente e culminou em ações por todo o território alemão.
(Fonte: History)
Conforme mencionamos no início da matéria, por volta de 7,5 mil lojas e estabelecimentos de propriedade de judeus foram saqueados, vandalizados e destruídos. Além disso, em todo o país, mais de mil sinagogas foram depredadas e incendiadas, e turbas de alemães apoiadoras do regime nazista agrediram e humilharam os judeus. Foi durante essas agressões que quase 1 centena de pessoas acabou morrendo.
O pior é que, em meio à multidão, havia integrantes do Partido Nazista que tinham recebido instruções precisas de onde e como os ataques deveriam ocorrer, e tudo foi conduzido enquanto a polícia assistia a tudo impassível. Mais devastador ainda foi o que aconteceu depois: de acordo com testemunhas e sobreviventes, a população judia foi levada às ruas e obrigada a limpar tudo, sofrendo agressões, cusparadas e todo tipo de abuso.
(Fonte: History)
E tem mais! O Governo Alemão culpou os judeus pelos ataques contra eles mesmos e não só cobrou deles multas absurdas, como confiscou todo o dinheiro que eles receberam dos seguros pelos danos a seus negócios. Na realidade, a Kristallnacht marcou o início do fim da vida de muitas pessoas, uma vez que ocorreu apenas 3 anos antes de Adolf Hitler implementar sua “solução final” — que culminou na morte de 6 milhões de judeus.
(Fonte: History)