Estilo de vida
26/08/2020 às 10:00•2 min de leitura
O jovem israelense Oz Cohen estava trabalhando como voluntário em uma escavação arqueológica organizada pela Israel Antiquities Authority (IAA) quando encontrou 425 moedas de ouro de 24 quilates, cunhadas há cerca de 1,1 mil anos. Segundo reportagem publicada na BBC segunda-feira (24), o dinheiro data do início do período islâmico.
O jovem explicou à BBC: “Quando cavei o solo, vi o que pareciam ser folhas muito finas. Ao olhar de novo, vi que eram moedas de ouro. Foi realmente emocionante encontrar um tesouro tão especial e antigo”. Pesando 845 gramas, as moedas datam da época do Califado Abássida no século IX.
(Fonte: Yoli Schwartz/IAA /Reprodução)
Conforme o especialista em moedas Robert Kool, do IAA, com a quantia “uma pessoa poderia comprar uma casa luxuosa em um dos melhores bairros de Fustat, a enorme e rica capital do Egito naquela época”. Tomando como base apenas o peso do ouro como metal, o pote encontrado valeria aproximadamente US$ 52,6 mil.
O especialista também explicou em um comunicado à imprensa que o estoque desenterrado inclui dinares inteiros de ouro e também “peças de dinares de ouro cortadas para servir como ‘pequeno troco’, uma prática regular nos países islâmicos após 850 d.C., quando as moedas de bronze e cobre caíram em desuso”.
Um corte em especial chamou a atenção dos especialistas: um fragmento de “solidus”, que é uma moeda de ouro quase puro com a efígie do imperador bizantino Teófilo (829-842 d.C.) cunhada em Constantinopla, a capital do império. O objeto mostra que, embora rivais, os dois impérios faziam negócios entre si.
O raro fragmento de moeda bizantina. (Fonte: Robert Kool/IAA/Reprodução)
No mesmo comunicado de imprensa, os diretores da escavação do IAA, Liat Nadav-Ziv e Elie Haddad, afirmaram: “A pessoa que enterrou esse tesouro há 1,1 mil anos deve ter esperado recuperá-lo e até mesmo prendeu o pote com um prego para que não se movesse”.
O documento conclui que: “Encontrar moedas de ouro, certamente em quantidade tão considerável, é extremamente raro. Quase nunca as achamos em escavações arqueológicas, visto que o ouro sempre foi extremamente valioso, derretido e reutilizado de geração em geração”.