Getúlio Vargas: a vida do polêmico presidente brasileiro

19/02/2022 às 12:003 min de leitura

Nascido em 19 de abril de 1882 no Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas veio ao mundo para entrar na história do Brasil. Seu pai, Manuel do Nascimento Vargas, havia sido combatente na Guerra do Paraguai e um dos chefes do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). Com ele, aprendeu a ser político.

Getúlio tornou-se presidente do Brasil após a Revolução de 1930 e permaneceu nesse cargo por 15 anos — tornando-se o presidente que passou mais tempo no poder na história do país. Seu suicídio em 1954 deu desfecho a uma vida de muitas polêmicas e controversas e é sobre isso que falaremos nos próximos parágrafos. Confira!

Início da jornada

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A família Vargas era formada por estancieiros — ou donos de grandes propriedades ruais. Logo, Getúlio cresceu em uma família rica e com grande influência política no Rio Grande do Sul. Com apenas 16 anos de idade, decidiu ingressar na carreira militar e atuou em um batalhão de São Borja, cidade onde nasceu.

Dois anos depois, Vargas acabou sendo expulso da corporação. Ele acabou retornando ao exército em 1903 pela possibilidade de um conflito com a Bolívia, mas pediu despensa no final daquele mesmo ano. Em 1904, ingressou na Faculdade de Direito de Porto Alegre e ali passou a montar sua trajetória política. 

Fazendo parte do Bloco Acadêmico Castilhista, Getúlio acabou se aproximando do PRR e fez amizades com o governador eleito do RS, Carlos Barbosa Gonçalves. Como era muito próximo de várias pessoas no partido, ele acabou achando espaço para entrar na política gaúcha, tornando-se deputado estadual em 1908.

Expansão da carreira

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Após idas e vindas na política, Vargas foi eleito deputado federal em 1922. Porém, foi enviado pelo seu aliado Borges de Medeiros para lutar na guerra civil do Rio Grande do Sul como tenente-coronel. Sem se envolver na batalha, acabou voltando para o Rio de Janeiro para cumprir seu mandato.

Em terras cariocas, aproximou-se do presidente eleito Washington Luís e por ele foi nomeado para uma vaga no Ministério da Fazenda em 1926. Em 1928, retornou para o seu estado natal, onde seria eleito governador. Nesse meio tempo, alcançou projeção nacional e mirou voos mais altos.

Ascenção à presidência

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Quando Washington Luís rompeu a República do Café com Leite e indicou um sucessor paulista (Júlio Prestes) em vez de um mineiro, causou um reboliço na política nacional. Vargas se uniu a oligarquia mineira e passou a ser candidato concorrente à presidência.

Foi derrotado por Prestes, mas teve apoio total da Aliança Liberal que trabalhava para conspirar contra o governo. Ele iniciou uma revolta quando o vice da chapa de Vargas, João Pessoa, foi assassinado em uma confeitaria em Recife. Assim surgiu a Revolução de 1930, que impediu a posse de Prestes e colocou Getúlio como presidente provisório do Brasil. Acabava-se a Primeira República.

Flerte com o autoritarismo

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Se era para Vargas permanecer como presidente provisório, sua carreira foi muito mais além. Em seus 15 anos como governante, ele centralizou o poder, impôs uma política voltada aos trabalhadores e passou a negociar alianças. Sua presidência começou a construir um regime autoritário, dissolvendo o Legislativo e tentando instaurar uma nova Constituição.

Através da justificativa de que sua liderança era necessária para frear uma "ameaça comunista", conseguiu explorar a população e se manteve no cargo. Contava com o apoio do exército e tinha várias iniciativas que o aproximavam do fascismo — que, inclusive, teve negociações muito próximas de sucesso, até ser pressionado pelos Estados Unidos antes do início da Segunda Guerra Mundial.

Porém, acabou perdendo o apoio das forças militares com o passar dos anos, fazendo com que o próprio Exército fizesse Vargas renunciar, em 1945. Mesmo longe da presidência, não se afastou da política e criou o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que trazia muito de seu legado. Entre 1946 e 1949, acabou eleito senador pelo Rio Grande do Sul sob o Partido Social Democrático (PSD).

Derrocada e suicídio

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Em 1950, Vargas havia traçado a estratégia perfeita para voltar à presidência: Aproximou-se de Ademar de Barros, um político que ganhara influência em São Paulo e venceu as eleições com 49% dos votos. Por fim, seu segundo mandato havia sido democrático e ele tentava comandar dentro dos limites constitucionais.

Porém, sua vida não foi facilitada pela oposição da União Democrática Nacional (UDN), que marcou essa fase por várias crises políticas. Antes mesmo de empossar, ele já encontrava dificuldades. A morte do seu opositor Carlos Lacerda, pelo mando do chefe de segurança do palácio presidencial, causou um enorme escândalo nacional.

Assim, Vargas se viu acuado pelos pedidos de renúncia. No dia 24 de agosto, ele acabaria atirando contra seu próprio coração, mas não sem antes deixar uma carta-testamento justificando suas ações. "Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil", dizia um dos trechos.

Seu funeral mobilizou milhares de pessoas pelo Brasil e ficou marcado como um dos maiores acontecimentos políticos do país, dando fim à jornada de uma figura marcante.

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