Artes/cultura
02/04/2022 às 12:00•3 min de leitura
O filósofo e economista político Francis Fukuyama disse que o encerramento da Guerra Fria, em 3 de dezembro de 1989, marcou o "fim da história", após séculos contínuos de pura guerra. Para ele, o século XXI se tornaria o símbolo do determinismo e da paz, rumando a um cenário de estabilidade universal.
Ainda que o mundo não tenha mais visto uma alta taxa de mortalidade em batalhas em comparação com os séculos anteriores, dezenas de milhares de vidas foram perdidas a cada ano desde o início dos anos 2000 com terrorismo, conflitos étnicos, guerras civis e guerras de operações híbridas e especiais em várias partes do mundo.
Com a recente guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia de Vladimir Putin, o século XXI fugiu de tudo o que era esperado, se reaproximando de sua história terrível de morte e destruição, como nesses 4 episódios listados abaixo:
(Fonte: Leemage/Corbis/Getty Images)
Entre 1095 e 1291, a Igreja Católica incentivou as famosas Cruzadas, que culminaram em um período de guerras religiosas com o objetivo de recuperar a Terra Santa do domínio muçulmano.
Convocada pelo Papa Urbano II no Concílio Clermont, a Primeira Cruzada durou 4 anos e foi considerada um sucesso, visto que dezenas de milhares responderam ao chamado da Igreja e oferta de indulgência por seus pecados, o que levou à criação de quatro estados cruzados, incluindo o Reino de Jerusalém.
Mas o sucesso demorou pouco, porque a Terra Santa nunca foi conquistada pelos exércitos da cristandade em suas 8 edições organizadas. Na verdade, a guerra resultou apenas em barbárie do pior tipo, causando um efeito dominó e duradouro de ódio na região, que se estendeu por todo o Império Otomano até a modernidade.
Estima-se que as Cruzadas tenham ceifado a vida de cerca de 3 milhões de vidas em 196 anos de duração.
(Fonte: Getty Images)
Antes do notório Napoleão Bonaparte liderar um exército de 690 mil soldados para o território russo, em 1812, em um dos maiores fiascos da História, as Guerras Napoleônicas custaram a vida de 3,5 milhões a 7 milhões de pessoas ao longo dos seus 12 anos de duração.
O conflito foi travado entre o Império Francês contra uma coalizão de potências europeias, lideradas pelo Reino Unido, após a ascensão ao poder de Napoleão, em 1799. Isso o estabeleceu como Primeiro Cônsul da França, reorganizando o Império Francês em uma potência expansionista e fazendo a Grã-Bretanha declarar guerra à França em oposição a sua tentativa de anexar a Suíça.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O mundo havia acabado de testemunhar as agruras da Primeira Guerra Mundial, quando o extinto Império Russo entrou em guerra, entre 1917 e 1922, logo após as Revoluções Russas. O Exército Vermelho liderado por Vladimir Lenin declarou guerra contra a instalação do bolchevismo do Exército Branco, composto por um guarda-chuva de forças opostas que incluíam democratas, monarquistas e capitalistas.
Ao longo do curso do conflito que Lenin saiu vitorioso, dando início a União Soviética, em 30 de dezembro de 1922, estima-se que 300 mil inocentes, incluindo 100 mil judeus na Ucrânia, tenham sido executados durante a guerra. Enquanto os cossacos foram assassinados ou deportados, gerando, aproximadamente, 500 mil mortos.
A conta final fechou com 7 milhões a 12 milhões de pessoas mortas das piores maneiras possíveis.
(Fonte: Stanley Troutman/AP)
A Segunda Guerra Mundial, travada globalmente entre 1939 e 1945, não só foi a mais mortal da história da humanidade, como criou o período mais sombrio já visto até então. Assim que Adolf Hitler marchou com suas tropas para dentro do território polonês, em 1º de setembro de 1939, após o Incidente de Gleiwitz, foi uma questão de tempo para que o conflito se expandisse rapidamente pelo globo.
Ao longo de 6 devastadores anos, enquanto cerca de 6 milhões de pessoas eram dizimadas pelo Holocausto, mais de 20 milhões de soldados morreram em vários teatros de guerra, como na Europa Ocidental e Oriental.
Até a queda das bombas nucleares Little Boy e Fat Man em Hiroshima e Nagasaki, a Segunda Guerra Mundial foi responsável pela morte de 50 milhões a 85 milhões de pessoas.