Como essas 4 cores marcaram a história

16/04/2022 às 10:003 min de leitura

É bem provável que você associe certos sentimentos ou sensações às cores. Pode ser que você pense no rosa como uma cor feminina, e o azul como masculina; que associe amarelo e laranja à alegria, e o preto, ao luto e à tristeza. Além disso, claro, sempre lembramos das cores no nosso guarda-roupa, associando-as à moda.

Mas saiba que nem sempre foi assim. Na verdade, essas construções culturais são relativamente recentes. Por isso, preparamos este texto para que você possa conhecer a verdadeira história de quatro cores fundamentais nas culturas ocidentais e orientais.

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1. Rosa

(Fonte: Madame de Pompadour/Huntington Library and Art Gallery)(Fonte: Madame de Pompadour/Huntington Library and Art Gallery)

Podemos dizer que poucas cores têm carga tão política quanto o rosa. Sua associação com o universo feminino iniciou-se no século XX, pois, até então, o mundo ocidental não fazia uma leitura de gênero sobre esta cor.

De acordo com historiadores, a cor se tornou popular por conta de Madame de Pompadour, amante do rei Luis XV, quando a empresa de porcelana Sèvres criou um tom em sua homenagem. Esta fina porcelana era um símbolo de status e, por consequência, o rosa começou a ser associado à opulência e à riqueza.

E como o rosa virou sinônimo do gênero feminino? Não existe uma só resposta, mas existem pistas. Uma delas é que, durante o Holocausto, os nazistas criaram um sistema de marcações para identificar as pessoas que seriam levadas para campos de concentração. O triângulo rosa era costurado nas roupas de "criminosos sexuais" — o que incluía homens homossexuais, bissexuais e mulheres transgênero.

Nos anos 70, o símbolo do triângulo rosa foi apropriado pelos movimentos de defesa dos direitos dos homossexuais. É bastante provável que essa reivindicação da cor pelo movimento LGBTQIA+ tenha a tornado um tabu para homens heterossexuais                                                

2. Vermelho

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

O vermelho tem uma característica interessante: é a primeira cor que os bebês enxergam, depois do preto e do branco. Ela também foi associada à proteção, inclusive na vida após a morte. Por exemplo, na Idade da Pedra, usava-se uma tinta vermelha para fazer pintura corporal nos mortos, a fim de afastar os maus espíritos.

Por ser a cor do sangue e do coração, o vermelho também foi associado ao amor e à fidelidade nas culturas espalhadas pelo mundo. Por conta disso, a cor foi apropriada nos casamentos — no Império Romano, as noivas usavam xales vermelhos para garantir o amor de seus parceiros. Isso acontece até hoje na China, onde as noivas usam vestidos vermelhos e os casais recebem ovos vermelhos como presente no nascimento do primeiro filho.

3. Roxo

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A história do roxo se associa à sua raridade: é uma cor dificilmente encontrada na natureza e, portanto, tem uma matéria-prima natural escassa. O pigmento roxo foi produzido pela primeira vez, sempre em pouca quantidade, no Neolítico, a partir de minerais como hematita e magnésio.

Sendo assim, por volta do ano 1500 a.C., com os fenícios, o roxo adquire um status de nobreza: ele passa a distinguir os cidadãos de alta classe dos trabalhadores comuns. A cor era valorizada especialmente quando se apresentava de forma intensa e brilhante, sem desbotar no sol. Na Fenícia, aliás, havia leis que proibiam os cidadãos comuns de usá-la.

Uma mudança cultural aconteceu em 1464, quando o Papa Paulo II determinou que os sacerdotes não usariam mais o roxo, e sim o vermelho, simbolizando o sangue de Cristo. O roxo começou então a ser associado a intelectuais, como os professores universitários.

Durante os séculos XVIII e XIX, a cor seguiu associada à aristocracia, pois era muito difícil de ser obtida, o que a tornava cara. Monarcas como a Imperatriz Catarina da Rússia costumavam ser retratadas em trajes púrpuras ou violetas.

4. Amarelo

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A cor amarela é uma das mais antigas que conhecemos. Produzida a partir da argila, seus primeiros usos estão nas pinturas rupestres do homem no Paleolítico. Já os egípcios e os romanos associavam o amarelo à riqueza, associando-a com o ouro — que eles acreditavam ser o material da pele e dos ossos dos deuses.

Em contrapartida, a cor também tem a ver com inveja. Historiadores acreditam que isso se deva à crença que Judas Iscariotes, ao trair Jesus Cristo, vestia uma toga amarela. Assim, o amarelo passou a ser associado à heresia e às pessoas que não eram cristãs (em especial, os judeus).

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