Artes/cultura
24/04/2022 às 07:00•2 min de leitura
Quando pensamos em um gladiador, imaginamos um escravo lutador, que viveu na Roma Antiga, e entrava em combates mortais. Os primeiros registros de gladiadores romanos datam do 286 a.C., mas sabe-se que este tipo de luta foi inventada pelos etruscos (1500–750 a.C.) muito antes.
Há inúmeros mitos em torno desses escravos, muito graças ao cinema e à cultura pop, mas nem sempre eles estão fundamentados na verdade. Contamos neste texto seis curiosidades sobre os gladiadores romanos.
(Fonte: Shutterstock)
A chegada desses guerreiros na arena de luta, acorrentados, embora muito comum no nosso imaginário, nem sempre acontecia. Sabe-se que os primeiros lutadores eram escravos, mas, no século I d.C., isto começou a mudar.
Atraídos pela fama e pela emoção das batalhas, muitos homens livres se associaram voluntariamente às escolas de gladiadores, na esperança de ganhar prêmios em dinheiro. Alguns, inclusive, eram senhores de alta classe que só queriam provar saberem lutar.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quem viu filmes como Gladiador pode ter a impressão que todas as disputas terminavam quando um dos combatentes morria. No entanto, a maioria dos gladiadores não morreu assim, pelo simples fato de que seus chefes queriam lucrar muito com eles. Por isso, um bom gladiador era treinado para ferir, e não para matar.
Isso não significa que os lutadores viviam muito. A maior parte deles morria com vinte e poucos anos. Historiadores estimam que um gladiador participava de dez combates antes de morrer, em média.
(Fonte: Shutterstock)
Quando um gladiador era bem sucedido, ele costumava ser bem cuidado pela equipe profissional que o assessorava. Em Roma, era comum que eles participassem de escolas de gladiadores com médicos à disposição para atender quem precisasse assistência.
Estas escolas também tinham pessoas que criavam dietas balanceadas, geralmente vegetarianas, para os gladiadores que estavam sendo treinados. Um dos alimentos mais comuns da dieta era a cevada, que ajudava a reduzir o acúmulo de gordura nas artérias.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quando um gladiador era ferido gravemente ou perdia sua arma, seu destino era colocado nas mãos dos espectadores presentes na arena. Caso a disputa acontecesse Coliseu, a palavra final era do imperador, mas ele geralmente deixava o povo tomar a decisão.
Há muitas cenas que mostram a multidão fazendo o gesto do pollice verso, exibindo o polegar apontando para baixo, decretando a morte do gladiador. No entanto, alguns historiadores não concordam com essa interpretação e acreditam que o dedo para baixo também signifique "misericórdia". Há ainda os que dizem que o gesto da morte era indicado pelo polegar para cima.
(Fonte: DeAgostini/Getty Images)
Já sabemos que nem apenas os desfavorecidos se tornaram gladiadores. Alguns imperadores romanos também quiseram se tornar lutadores, como Calígula e Tito.
Entretanto, historiadores já argumentaram que estes combates provavelmente eram encenados: os adversários não teriam coragem de vencer o imperador de Roma.
(Fonte: Universal Pictures/Reprodução)
Mesmo que fossem explorados (afinal, quem toparia lutar até morrer?), os gladiadores organizaram uma espécie de irmandade chamada "collegia", que funcionava de forma semelhante a um sindicato.
Quando um gladiador morria, o grupo organizava um funeral adequado e uma inscrição em seu túmulo listando suas conquistas. Se tivesse mulher e filhos, os companheiros também garantiam que eles recebessem uma compensação financeira pela perda.