Artes/cultura
01/05/2022 às 07:00•3 min de leitura
No dia 14 de julho de 1789, a monarquia francesa assistiu sua derrocada com a queda da Bastilha. A população, insatisfeita e exigindo reformas no sistema político do país, tomou o lugar tido como símbolo do regime absolutista e do despotismo da monarquia Bourbon.
A tomada da Bastilha, prisão para os presos políticos, foi o estopim para a Revolução Francesa e se tornou um dos mais importantes eventos do século XVIII. Não apenas para o povo francês, mas para muitos países que se inspirariam no desenrolar do conflito.
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(Fonte: Fine Art Images/Heritage Images/Getty Images)
O ataque à fortaleza não era apenas simbólico. Durante a tomada, os revolucionários saquearam cerca de cinco canhões e 3 mil armas do Hôtel des Invalides. Porém, de nada adiantava o armamento se não tinham pólvora. Como o material era armazenado na Bastilha, decidiram invadir o lugar.
(Fonte: Theodor Josef Hubert Hoffbauer/Wikimedia Commons)
Embora fosse usada como prisão e contasse com uma estrutura enorme e muito bem protegida, no dia da invasão haviam apenas 7 prisioneiros na Bastilha.
No entanto, a libertação dos poucos prisioneiros não tinha nada de trivial, visto que os revolucionários queriam mostrar sua revolta contra o poder absoluto do rei, que fazia o que bem entendesse.
(Fonte: Bibliothèque nationale de France/Wikimedia Commons)
A invasão e a consequente queda da Bastilha deixava claro aos franceses que o reinado da monarquia estava chegando ao fim: existia uma tensão muito grande entre a população e a realeza.
Assim, a França viu nascer a oportunidade perfeita para o que viria a ser chamada de Revolução Francesa. A tomada da Bastilha, no fatídico 14 de julho de 1789, portanto, foi o estopim para o surgimento dos primeiros fundamentos da constituição moderna do país.
(Fonte: Museum of the French Revolution/Wikimedia Commons)
O lugar funcionava como uma prisão, no entanto, a Bastilha foi originalmente usada como fortaleza de batalha durante a Guerra dos Cem Anos (1337–1453) e só começou a receber prisioneiros em 1417.
Durante seu funcionamento, eram mandadas para lá as pessoas que se revoltassem contra o rei. Invadi-la não apenas foi útil para os revolucionários obterem pólvora, como também para aumentar o sentimento de libertação no povo.
(Fonte: Museum of the History of France/Wikimedia Commons)
A multidão marchou por três quilômetros e meio até a fortaleza, com armas, pequenos canhões e o que mais pudessem usar. Chegaram ao local por volta das 11 horas da manhã e ali mesmo algumas delegações foram formadas para falar com o Marquês de Launey, governador da Bastilha.
Launey era um coronel sem manchas no histórico militar e de pouca relevância, mas era autoritário tanto com prisioneiros quanto com seus soldados. Mais tarde, foi descrito como um “déspota orgulhoso e estúpido”.
"A Liberdade guiando o povo", de 1830. (Fonte: Eugène Delacroix/Wikimedia Commons)
Em certo momento, a guarnição da fortaleza abriu fogo contra o povo, mas a multidão aumentou sitiando o lugar. No calor do momento, dois membros da Guarda Francesa optaram pela deserção e se juntaram ao povo.
A participação dos soltados amotinados foi fundamental, já que a multidão não sabia como usar a artilharia que roubaram. No final daquela tarde, a Bastilha estava sob o fogo dos revoltosos.
Launey até tentou parar os ataques com o blefe de que explodiria os armazéns de pólvora, acabando com boa parte da região leste de Paris. E, como isso não funcionou, entregou a fortaleza no final da tarde.
Nos eventos finais da queda da Bastilha, apesar da multidão, menos de 1 mil pessoas entraram no lugar. Mais tarde essas pessoas receberam o título de Vainqueurs de la Bastille (vencedores da Bastilha).