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24/07/2022 às 12:00•2 min de leitura
Em 1996, uma pequena cidade localizada no Rio Grande do Norte ganhou destaque por uma coisa muito curiosa. Na época, os noticiários brasileiros passaram a divulgar que diversas plantações de maconha foram encontradas pelo município de Cruzeta. A erva estava espalhada por inúmeras localizações, inclusive nos canteiros da praça principal.
Logo, Cruzeta parecia ser uma enorme plantação de maconha escondida. Mudas foram achadas na casa de diversos moradores locais e até mesmo no cemitério da cidade. Após quase três décadas, no entanto, os habitantes da pacata área de 8 mil residentes possuem dificuldade de acreditar que essa história realmente aconteceu. Olha só!
(Fonte: Pixabay)
Na época em que as primeiras investigações foram conduzidas, os moradores que consumiam a planta alegaram aos policiais de que o uso seria apenas medicinal. Inclusive, alguns até mesmo se mostraram surpresos quando descobriram que as plantações eram, na verdade, de maconha.
Existia um medo na comunidade de que prisões pudessem acontecer por conta das plantações, mesmo que elas fossem em pequenas quantidades — o que caracterizaria crime de qualquer modo. Os detalhes das investigações foram apurados pela BBC News Brasil por mais de um mês.
De acordo com a reportagem, tudo teve início quando a polícia de Cruzeta recebeu uma denúncia anônima de que um suspeito estaria vendendo maconha em um bar próximo à saída da cidade. Após ser preso por tráfico de drogas, o rapaz disse ter conseguido a erva no quintal de um idoso da região. Na semana seguinte, a polícia obteve um mandato de busca e apreensão para averiguar a situação.
(Fonte: Pixabay)
Ao chegar na casa do idoso, as autoridades constataram as mudas de cannabis. O homem teria pedido para que os policiais não cortassem a planta, uma vez que ele a utilizava como ingrediente para um líquido santo — o qual ele acreditava que lhe ajudava em uma luta contra o câncer que tinha.
Logo que encontrou a plantação na casa do idoso, a polícia de Cruzeta cortou a erva e a levou para a delegacia da cidade. Posteriormente, foram encontradas plantações de maconha em outras seis casas de Cruzeta e em regiões históricas do município. Como essas eram regiões muito arborizadas, os investigadores concluíram que alguém deve ter se aproveitado para cultivar um pouco da erva.
A Justiça determinou que fossem cortadas e apreendidas todas as plantações de maconha da cidade, mesmo que os moradores insistissem no discurso de que a erva plantada em Cruzeta fornecia benefícios medicinais inestimáveis para seus moradores. Logo após ser apreendido e permanecer em observação por dias, o material foi incinerado em fornos das indústrias cerâmicas da cidade.
Naquela época, a legislação em vigor em 1976 determinava que usuários e pessoas que tinham pequenas plantações de maconha poderiam receber penas de reclusão de seis meses a dois anos. Mesmo assim, o delegado responsável pela operação concluiu que não havia indícios de que os moradores estavam usando a planta como entorpecente e ninguém foi indiciado.