Diários de Merer: os registros da construção das Pirâmides do Egito

07/08/2022 às 08:002 min de leitura

A construção da Grande Pirâmide de Gizé ainda é um enigma da humanidade. No entanto, uma descoberta feita em 2013 pode nos ajudar a compreender melhor como foi o processo de construção dessa maravilha da humanidade.

Durante uma escavação, os arqueólogos Pierre Tallet e Gregory Marouard descobriram rolos inteiros de papiro — alguns com vários metros de comprimento e outros em fragmentos. O que se descobriu ali foram diversos registros de como a construção aconteceu.

Os diários de construção das pirâmides

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

Estes papiros foram escritos em hieróglifos e também em hierático — uma das escritas cursivas que os antigos egípcios usavam no dia a dia. Uma das descobertas mais surpreendentes foi que eles foram escritos por pessoas que participaram da construção da Grande Pirâmide. Alguns são equivalentes às nossas planilhas de Excel e detalham até a quantidade de comida necessária para alimentar as mais de 20.000 pessoas que trabalharam na construção da pirâmide.

Zahi Hawass, arqueólogo egípcio e ex-inspetor-chefe do local da pirâmide, acredita que estes documentos são “as maiores descobertas do Egito no século XXI”. A data nos papiros também coincide com o final do reinado de Quéops. Isso indica que os cadernos e os livros de contabilidade foram abandonados com o fim dos trabalhos. 

O mestre de obras das pirâmides

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

Um dos documentos mais interessantes foi escrito por um “inspetor” chamado Merer. Ele liderou uma equipe de cerca de 200 homens que trabalhavam com recolhimento e entrega de mercadorias. Durante a construção das pirâmides, sua equipe realizou o transporte de blocos de calcário de uma pedreira para Gizé — uma viagem de cerca de 20 km de distância. 

Os registros de Merer descrevem sua tripulação utilizando barcos para levar as pedras pelo Nilo. A viagem de ida durava dois dias, enquanto a volta, sem a carga, levava apenas um. Merer também descreve que sua tripulação completava de duas a três viagens de ida e volta a cada dez dias. Isso também indica que a maior parte do transporte aconteceu durante a época da inundação anual do Nilo, quando as águas do rio eram mais navegáveis para embarcações muito carregadas. 

Calculou-se que os barcos poderiam transportar uma carga de 70-80 toneladas, ou cerca de 30 dos blocos de 2,5 toneladas usados para revestir a pirâmide de Quéops. Isso significa que a equipe de Merer teria movimentado cerca de 200 quarteirões por mês, chegando a 1.000 no período em que o rio e os canais eram navegáveis.

Os registros de Merer também mencionam Ancafe como diretor da “entrada da Piscina de Quéops” — provavelmente um lago artificial. Ancafe era meio-irmão de Quéops e, de acordo com os papiros, era o “gerente de projeto” da pirâmide. Esta foi a primeira vez que uma pessoa foi identificada como supervisora de uma parte da construção da Grande Pirâmide. O diário também menciona o nome original da Grande Pirâmide — Akhet-Khufu, que significa “Horizonte de Quéops”.

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