Alaqai Beki: a rainha mongol que governou a Rota da Seda

12/08/2022 às 04:002 min de leitura

Alakhai Bekhi não é um nome conhecido pela maioria das pessoas. Apesar disso, ela foi uma importante governante de uma nação aliada dos mongóis, seu povo original. Ela também dominou a equitação e o tiro com arco — habilidades esperadas de uma mulher mongol durante os séculos XII e XIII —, e ainda na adolescência, era habilidosa o suficiente para acompanhar seu pai na batalha.

Filha de Genghis Khan, um homem que a história não lembra principalmente por suas visões progressistas. Alakhai Bekhi foi fundamental para que os mongóis mantivessem seu império. E, embora Genghis Khan não seja lembrado como um dos grandes pais da história, ele acreditava que as mulheres eram capazes de governar.

Sempre que uma de suas filhas se casava, Khan decretava que ela governaria a nação e declarava seu marido um príncipe consorte. Os maridos também eram obrigados a se divorciar de todas as esposas anteriores.

Um modelo para o Império Mongol

Mulheres mongóis são treinadas no tiro com arco até os dias atuais.Mulheres mongóis são treinadas no tiro com arco até os dias atuais.

Alakhai Bekhi tinha apenas 16 anos quando entrou para a nação Onggut ao se casar. Aos 20, assassinos mataram seu marido durante uma rebelião contra seu governo. Ela conseguiu fugir, junto de dois de seus enteados, e com o apoio do pai conseguiu acabar com a situação instável. Como vingança, Khan queria matar todos os homens Onggut, mas Alakhai o convenceu a punir apenas os assassinos.

Essa decisão foi fundamental para o seu sucesso como governante, por lhe garantir a lealdade da nação. Para se manter no trono, ela se casou com seu enteado Jingue e teve um filho com ele. Depois que Jingue morreu, ela se casou com seu outro enteado, Boyaohe. 

Os Ongguts viviam na fronteira com a China e protegiam o Império Chinês de seus invasores. Com Alaqai estando à frente dos Ongguts, os mongóis puderam derrotar os chineses, durante as campanhas de 1211–1215 e 1217–1223 de Khan contra a Dinastia Jin. Alakhai forneceu comida às tropas de seu pai, os cavalos que ela criou e uma base estratégica. Em troca, ele também deu a ela o território recém-conquistado na China para que ela governasse.

Alakhai também foi autodidata e aprendeu a ler sozinha, com obras de religião e de medicina. Além de instalar campos médicos em todo o seu reino, ela também enviou médicos para as campanhas de seu pai, o que fez com que a medicina chinesa chegasse aos muçulmanos e em parte do ocidente.

Alakhai — assim como suas irmãs —, também eram treinadas em comércio e finanças. Khan fazia questão que suas filhas desenvolvessem essas habilidades, para poder prosperar e renovar as rotas comerciais do Império Mongol. Essas rotas contavam com oásis criados artificialmente nos desertos e nas regiões montanhosas. Fontes de água foram desviadas, criando estações de descanso com animais de socorro e um serviço postal. 

Alakhai governou até sua morte em 1230, sem enfrentar outra rebelião. Depois que seu pai morreu, o Império Mongol passou por um período de instabilidade política com diversas lutas pelo poder. Com isso, as contribuições das rainhas irmãs foram apagadas da história.

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