5 curiosidades sobre o fascinante Dia dos Mortos

27/10/2022 às 12:02•3 min de leitura

O Dia dos Mortos é uma celebração que acontece anualmente no México e que tem origens indígenas. Nesta data, comemorada há mais de 3 mil anos, demonstra-se o amor e o respeito pelos familiares já falecidos. Em vilas e cidades do México, os foliões usam maquiagens e fantasias, oferecem comida, cantam e dançam em homenagem aos seus entes queridos.

É um belíssimo ritual cheio de significados simbólicos. Neste texto, contamos cinco fatos curiosos sobre esta honrosa celebração mexicana.

1. A tradição remete aos astecas

(Fonte: diegograndi/Getty Images)

O Dia dos Mortos foi originado há cerca de 3 mil anos, nos ritos dos astecas, toltecas e nahuas. Estes povos consideravam o luto pelos mortos algo desrespeitoso: para eles, a morte era uma fase natural da vida e os falecidos continuavam entre eles, só que no mundo espiritual. No chamado Día de Los Muertos, eles retornariam temporariamente para a Terra.

Este ritual religioso pré-hispânico acontece nos dias 1 e 2 de novembro – datas que, conforme o calendário católico, são conhecidas como o Dia de Todos os Santos e Dia de Finados.

2. A data é um patrimônio imaterial da humanidade

(Fonte: Reprodução)

O Día de Los Muertos foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como um patrimônio imaterial da humanidade, que compreende as tradições vivas da cultura passadas de geração em geração.

3. A importância dos altares

(Fonte: Toda Matéria)

A parte central do ritual do Dia dos Mortos é o altar que é montado nas casas e nos cemitérios. Porém, estes altares não são para adoração: eles servem para dar boas-vindas aos mortos que retornam.

É por isso que eles precisam estar carregados de oferendas, incluindo água, comida, fotos de família e uma vela para cada parente. Caso algum familiar morto fosse uma criança, pode-se colocar também brinquedos neste altar.

4. A tradição das calaveras literárias

(Fonte: Wikimedia Commons)

As calaveras (palavra que significa "crânios") são os poemas curtos e engraçados que fazem parte da celebração do Dia dos Mortos. Originada no século XVIII, a prática segue viva, e esses poemas são publicados ou lidos em jornais e no rádio.

Inclusive, há uma história famosa em relação a elas. No início do século XX, o cartunista José Guadalupe Posada criou uma gravura para acompanhar uma calavera. Ele vestiu o seu desenho com fantasias francesas, chamou-o de Calavera Garbancera e escreveu embaixo: "todos somos calaveras" (o que queria dizer: "debaixo de nossos disfarces, somos todos iguais").

O pintor Diego Rivera colocou este famoso esqueleto em seu mural Dream of a Sunday Afternoon in Alameda Park, considerada sua obra-prima. Mas ele colocou um chapéu feminino no esqueleto e o chamou de Catrina, a caveira elegante, e ela se tornou o símbolo mais universal do dia dos mortos.

5. A comida dos mortos

(Fonte: Carlos Adampol Galindo/Flickr)

A ideia deste ritual é receber de forma acolhedora os mortos para uma breve visita. Por entender que eles fizeram uma longa travessia do mundo espiritual até aqui, a tradição é oferecer água para matar sua sede e comida para saciar sua fome.

Há algumas ofertas que são mais comuns nas casas. Uma delas é o pan de muerto, um pão doce com sementes de anis e decorado com ossos feitos de massa. Outra bem tradicional, as caveiras de açúcar são feitas em moldes com chocolate branco, além de serem decoradas com miçangas e lantejoulas.

Já nas bebidas, o ritual envolve beber pulque (bebida doce fermentada feita do agave), atole (bebida quente feita com milho nixtamalizado) e chocolate quente.

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