Estilo de vida
21/01/2024 às 10:00•3 min de leitura
No imaginário popular, ao se falar do mundo antigo, geralmente lembramos do Egito, Babilônia, e, é claro, Grécia e Roma. No entanto, o mundo antigo foi muito mais vasto e duradouro do que se costuma pensar.
Vamos explorar algumas civilizações antigas que quase ninguém lembra que já existiram?
Porta de entrada de Hatusa, capital dos hititas. (Fonte: Bernard Gagnon/Wikimedia Commons)
Os Hititas, um povo antigo da Anatólia — também conhecida como Ásia Menor —, surgiram como uma potência dominante no Oriente Médio por volta de 1600 a.C., estabelecendo um império que se estendia por toda a Turquia moderna e o norte da Síria. A capital hitita, Hatusa, localizada perto da atual Bogazkale, na Turquia, era uma cidade expansiva com grandes templos, palácios e impressionantes fortificações, mas a força do império não se limitava apenas à arquitetura.
Eles possuíam uma burocracia organizada e eficiente, além de um sistema jurídico robusto com leis que eram bastante progressistas para a época, abrangendo questões como herança, divórcio e proteção ao consumidor. O declínio do Império Hitita, por volta de 1200 a.C., fez parte de um colapso maior e misterioso que afetou várias civilizações antigas do Mediterrâneo e do Oriente Próximo.
(Fonte: Glysiak/Wikimedia Commons)
Também conhecida como a "cultura mãe" da Mesoamérica, a civilização olmeca surgiu por volta de 1400 a.C. e floresceu até aproximadamente 400 a.C., nas terras baixas tropicais do que hoje é o México. Os olmecas são talvez mais conhecidos por suas cabeças de pedra colossais do que por qualquer outra coisa. Essas esculturas podem chegar a pesar até 40 toneladas e exibem uma habilidade artesanal incrível, um testemunho das avançadas habilidades dos olmecas em trabalhar a pedra.
Além de suas realizações arquitetônicas, os olmecas foram notáveis por suas contribuições para o calendário mesoamericano, sistema de escrita e o conceito do número zero. Suas crenças religiosas, envolvendo um panteão de deuses associados a elementos naturais, influenciaram as religiões maias e astecas que surgiram depois. Embora não haja evidências claras sobre as razões do desaparecimento dos olmecas, os arqueólogos acreditam que isso teve a ver com as severas mudanças ambientais que eles enfrentaram.
(Fonte: Hansueli Krapf/Wikimedia Commons)
A civilização elamita foi uma das culturas mais antigas estabelecidas no antigo Oriente Próximo. Localizada principalmente na região sudoeste do que é hoje o Irã, a história deste povo remonta a cerca de 3000 a.C. Ao longo de sua história, a civilização teve períodos de poder e destaque, especialmente durante os conflitos e interações com as potências mesopotâmicas vizinhas, como sumérios, acádios e babilônios.
Apesar dos elamitas também terem enfrentado inúmeras invasões e períodos de dominação pelos assírios e persas, sempre mantiveram um grau de autonomia até serem finalmente absorvidos pelo Império Persa. No entanto, apesar desse legado e realizações surpreendentes, não são muitas as pessoas que ouviram falar deles.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Batizada com o nome da vila de Nok, na Nigéria, onde os primeiros artefatos dessa civilização foram descobertos na década de 1920, a cultura Nok é a mais antiga civilização conhecida da África Ocidental. Florescendo entre 1500 a.C. e 300 d.C., ela é principalmente conhecida por suas esculturas de terracota, que representam alguns dos exemplos mais antigos e refinados de escultura na África subsaariana. O propósito dessas representações ainda é motivo de debate entre arqueólogos — enquanto alguns sugerem que tinham significado ritualístico ou religioso, outros propõem que poderiam ter sido usadas como amuletos ou símbolos de status.
Além de sua arte, há evidências de que dominavam a fundição de ferro muito antes de outras culturas na região. Isso teve implicações profundas, não apenas para a agricultura e a guerra, mas também para os avanços sociais. Apesar dessa vantagem, os Nok desapareceram por volta de 300 d.C., por razões ainda não esclarecidas. E, como evidenciado pela participação deles nesta lista, foram esquecidos desde então.
(Fonte: Getty Images)
A civilização de Axum foi um império comercial que ascendeu no Chifre da África por volta do século I d.C. e manteve seu poder até o século X d.C. Seu território central situava-se na atual região norte da Etiópia e Eritreia, e em seu auge, sua influência se estendia por partes do Sudão, Iémen e até o sul da Arábia. Uma das características mais marcantes deste povo foram suas realizações arquitetônicas, especialmente as estelas — altas colunas de pedra esculpidas.
Se isso não fosse impressionante o suficiente, eles conseguiram se posicionar como um importante centro comercial, conectando o Império Romano e o Império Bizantino com a Índia e o Extremo Oriente. Eles também ocupam um lugar especial na história como um dos primeiros grandes impérios a adotar o cristianismo. Não duraram para sempre, mas deixaram uma grande marca na história do mundo.
Família nômade e seu cavalo. (Fonte: Wikimedia Commons)
A Confederação Xiongnu, um poderoso império nômade que se desenvolveu nas estepes da Ásia Central e Oriental por volta do século III a.C., desempenhou um papel crucial na moldagem das dinâmicas políticas e militares da região. Em conflitos com a Dinastia Han da China, as batalhas resultaram na fortificação da Grande Muralha da China para se proteger contra os ataques Xiongnu.
Apesar de seu impacto significativo na história antiga asiática, a Confederação Xiongnu enfrentou divisões internas e pressões externas, fragmentando-se em metades norte e sul até ser absorvida por outros grupos tribais e dominada por poderes emergentes na região até o final do século I d.C.