Ciência
06/04/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 06/04/2024 às 18:00
"Vi na previsão que o clima vai esquentar!" ou "o clima tá ficando feio!" são frases que certamente já ouvimos no dia a dia. Mas fato é que, conceitualmente falando, elas não estão corretas.
Por mais que não seja interessante sair corrigindo todo mundo por aí, é importante conhecer a diferença entre tempo e clima — principalmente para os estudantes que precisam de um reforço antes da prova de geografia ou para os vestibulandos de plantão. Já adiantamos que são dois conceitos bem simples e bem fáceis de serem assimilados.
Quando falamos de tempo, nos referimos ao momento em que as condições da troposfera, camada mais baixa da atmosfera, apresentam-se no momento atual. Ou seja, elas mudam continuamente, e o tempo pode se apresentar quente, frio, úmido ou seco.
Mas quando falamos de clima, é diferente. O clima nada mais é do que a sucessão dos diferentes tipos de tempo. Ou seja, ele é determinado conforme diferentes elementos atuam sobre uma determinada região em um longo período. São eles: temperatura, pressão atmosférica, vento, massas de ar, umidade e chuva.
É com base no clima, portanto, que fazemos observações sobre um período mais longo, como, por exemplo: "em São Paulo, caem chuvas muito volumosas durante o verão".
Há outros fatores climáticos, entretanto, que ainda influenciam, como a latitude, a altitude, o relevo, a continentalidade e maritimidade, a vegetação, as correntes marítimas e até mesmo os fenômenos climáticos.
Como exemplo, em porções mais altas, as temperaturas tendem a ser mais baixas. O mesmo vale para locais de latitude mais elevada, próximos das regiões polares do planeta, que são mais frios. Em relação à continentalidade, quanto mais distante do mar, maior tende a ser a amplitude térmica do local.
E o relevo, por sua vez, quando falamos de áreas elevadas, podem dificultar a atuação das massas de ar. Ao se aprofundar nos estudos destas variáveis, portanto, é possível ter uma melhor visão de como atuam os diferentes climas no Brasil e no mundo.
No Brasil, há três climas que atuam, segundo o IBGE: equatorial, na imagem vemos ele mais ao norte; clima tropical, que predomina numa maior área, passando pelo nordeste, porção central e sudeste do país; e clima subtropical (também chamado de temperado), atuando ao sul do território.
Há classificações que incluem o clima semiárido, restrito à parte do sertão nordestino, e o clima tropical de altitude, que atua em áreas do centro e sul de Minas Gerais, e parte dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Ou seja, por mais que eventuais anomalias apareçam, como a ocorrência de um dia quente durante o inverno, elas não são o suficiente para dizer que o clima de um determinado lugar mudou. Para tanto, é necessário que mudanças no padrão sejam detectadas, como as que dizem respeito às médias de temperatura e pluviosidade de muitas décadas anteriores, em diferentes estações.
Mas considerando a intensificação do aquecimento global, provocado pela ação do homem, é natural que essa preocupação ganhe um maior espaço, afinal, temos acompanhado anomalias nas médias de temperatura em diversos pontos do globo. Muitas vezes, elas são somadas a eventos catastróficos que colocam em risco a vida de um grande contingente populacional.