Saúde/bem-estar
20/10/2022 às 02:00•2 min de leitura
Apesar de nós vivermos em um mundo com uma natureza tão colorida e bela, a nossa sociedade parece ter virado as costas para as cores. Basta uma simples análise para notarmos que quase tudo produzido nos dias de hoje tende a se aproximar mais do preto, branco ou cinza — muito diferente do escândalo colorido dos anos 1990.
Logo, é necessário se questionar: onde foi parar toda a cor do mundo? Para a indústria, quanto mais colorido um objeto precisa ser, mais dor de cabeça é gerada. Afinal, é mais difícil ser consistente com as cores dentro de uma linha de produção, sem contar que prever o gosto do cliente é ainda mais um tiro no escuro. Porém, essa história não para por aí. Entenda!
(Fonte: Shutterstock)
Enquanto a década de 1990 foi extremamente colorida, os anos 2000 deram início ao universo incolor. Em experimentos feitos com grupos focais, as empresas passaram a notar que os jovens do século XXI não pareciam mais tão interessados em tecnologias com cores explosivas e impactantes, mas sim no básico do básico.
Conforme divulgado pela Fast Company, muito disso está relacionado a forma como as pessoas enxergam as cores. Cerca de 10% dos homens são daltônicos, enquanto que os homens também representavam 90% daqueles com grande poder executivo. Logo, essa não era exatamente uma plateia fácil de agradar quando o tema era cor.
Além disso, as cores costumam ter atribuições emocionais e intuitivas — algo que varia bastante entre receptores e as sociedades em que estão inseridOs. Não à toa, alguns países são mais conhecidos por seu senso de moda do que outros, abusando mais de diversas tonalidades em seus lotes de produção.
(Fonte: Shutterstock)
Como citado anteriormente, precisamos ter em mente que as cores nem sempre são fáceis de ser padronizadas em grande escala. Portanto, a grande indústria não costuma ver com bons olhos a possibilidade de produzir um produto que não esteja dentro de suas normas, ou que destoe do seu padrão de qualidade.
Quanto mais matizada for uma cor, mais difícil é de manter sua integridade entre cada lote de produção. O mesmo vale para o cinza, que mistura muitas cores e pode facilmente mudar de quente para o frio rapidamente. No entanto, é uma cor tão básica que não incomoda ninguém suas mudanças de tonalidade.
De todo modo, precisamos destacar uma ameaça da morte das cores: o fim da individualidade dentro de nossa sociedade. Quanto mais colorido o mundo for, mais possibilidades oferecemos às pessoas para que se moldem de acordo com seus próprios gostos — e não com o que está sendo imposto a elas.
Ainda há tempo para que a humanidade reascenda seu caso de amor com as cores, mas para isso muito precisa ser trabalhado. Sendo assim, quem sabe voltaremos a ter ruas com carros coloridos e com mais vida espalhada.