Estilo de vida
16/02/2023 às 13:00•3 min de leitura
Carmen Sandiego entrou para a história da cultura pop como vigarista, ladra e trapaceira, mas não foi sempre assim. Criada como a antagonista de um jogo de videogame na primeira metade da década de 1980, a fama do jogo rendeu à personagem um desenho animado na década seguinte, exibido pela TV Globo.
Na trama do jogo e da animação, Sandiego era órfã, muito inteligente, tendo atuado por anos como uma grande detetive, até que o tédio da profissão fez com que ela mudasse de lado. E suas habilidades fizeram dela uma vilã de mão cheia.
Agora, e se te contássemos que existem na história mulheres com perfis tão próximos que poderiam ser a Carmen Sandiego da vida real? Ficou curioso, não é? Pegue seu balde de pipoca e confira conosco as candidatas favoritas ao papel.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Caçula em uma família de quatro filhos, Violet Charlesworth nasceu em 1884. Sua família, ainda que não fosse pobre, acreditava que merecia mais. Foi então que Violet e sua mãe, Miriam, decidiram enganar a nata da alta sociedade britânica.
Para tal, incluíram Violet em um famoso clube onde apenas os jovens muito ricos frequentavam, ao criar uma mentira dizendo que ela era herdeira do famoso general Charles Gordon, falecido oficial do exército britânico.
Acreditando na mentira, muitos pretendentes, todos eles ricos, começaram a galanteá-la, oferecendo rios de dinheiro para tentar uma chance com a garota. Violet e a família utilizaram o dinheiro para adquirir ações de empresas, automóveis e jóias. Em 1909, ela forjou a própria morte para fugir dos credores, mas acabou presa e condenada a 2 anos de trabalhos forçados.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Apelidada de "A Rainha da Confiança", Bertha Heyman era conhecida por sua enorme habilidade em trapacear e enganar homens, tendo roubado milhares de dólares de diferentes indivíduos, mantendo uma vida de luxo. Por anos, Bertha fingiu que fosse uma rica mulher, incapaz de colocar as mãos na própria fortuna.
Ela dizia a pretendentes que precisava de ajuda financeira até que os bancos liberassem seu acesso ao dinheiro. Desta maneira, conseguiu que lhe pagassem suntuosas suítes de hotéis de luxo. Como nem tudo que é bom dura muito, os homens começaram a notar que ela poderia estar aplicando um golpe.
Foi assim que Bertha Heyman foi parar nas páginas de jornais e, consequentemente, na cadeia. Curiosamente, de dentro da cela, Bertha conseguiu enganar um empresário, tirando-lhe todas as posses, até que ele fosse à falência. Terminou a vida participando de lutas de boxe encenadas, nas quais nocauteava seus oponentes.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Saída de Menominee, estado do Michigan, Estados Unidos, May Dugas se tornou uma famosa vigarista da região ao encontrar um trabalho como prostituta em Chicago. Lá, passou a chantagear os clientes ricos e casados com os quais se encontrava.
Com a extorsão, conseguiu dinheiro suficiente para entrar na universidade e estudar psicologia e direito empresarial. Também se matriculou em aulas de francês. Segundo confessou posteriormente, além de investir em si, seu plano de fazer cursos envolvia se tornar mais atraente, aumentando, desta forma, a clientela de homens ricos, de modo que conseguisse tirar dinheiro deles.
May Dugas acabou presa por se envolver em negócios ilegais, mas seduziu o guarda da cela e fugiu para a China. Passou parte dos próximos anos mudando de localidade, escapando da polícia e aplicando novos golpes. Morreu de câncer, mas ainda rica.
(Fonte: Cleveland Police Department/Reprodução)
Doris Payne é a integrante da lista cujos golpes foram dados mais recentemente. Quando chegou à maioridade, Doris se mudou para Cleveland, estudou enfermagem e começou a roubar de clientes. Quanto mais roubava, mais investia em si, imitando mulheres que via em filmes e revistas, fazendo com que as pessoas acreditassem que ela era uma mulher de alta classe.
Nesta fase, passou a enganar joalheiros. Recebia-os em sua casa, iniciando a experimentação de todas as peças de jóias levadas pelo vendedor. Ela movia as peças e as experimentava tão rapidamente, de modo que o joalheiro perdesse a atenção e não a visse desviando peças para sua bolsa.
Em seguida, dava um jeito de "encontrar" o colar ou brinco desaparecido, de modo a ganhar a confiança dos vendedores, poder ficar sozinha com as peças e roubar sem testemunhas. Passou toda a vida de golpe em golpe, e segue até os dias atuais roubando por todos os Estados Unidos.