Ciência
29/08/2016 às 11:18•2 min de leitura
Ser morto por um raio atingindo sua cabeça é algo bastante raro, mas não impossível de acontecer. No final de 2014, quatro pessoas de uma mesma família morreram depois de uma descarga elétrica em Praia Grande, no litoral paulista, em um caso que chocou o Brasil. Neste final de semana, um raio muito mais mortal atingiu a Noruega e aniquilou um rebanho de 323 renas – ao menos 70 eram filhotes.
Apesar de as mortes de animais e rebanhos por raio normalmente não virarem notícias, elas acontecem com alguma regularidade. Em 1918, uma descarga teria matado 654 ovelhas nos Estados Unidos, no que pode ter sido o mais mortal raio da história. Entretanto, o Guinness Book considera a morte de 68 vacas, na Austrália, em 2005, como o pior raio contra animais. Já contra humanos, o mais mortal aconteceu em 1971, quando uma descarga elétrica derrubou um avião peruano e vitimou 91 pessoas.
“Animais tendem a se agrupar debaixo de árvores durante tempestades. Se um raio atinge a árvore ou algum lugar próximo, todo o grupo pode morrer. Só que geralmente são manadas de 10 ou 20 animais que são mortos”, explica John Jensenius, especialista em relâmpagos do National Oceanic and Atmospheric Administration.
Renas ficaram aglomeradas depois de morrerem vítimas do mais mortal raio da história
Até agora, não se sabe exatamente se o rebanho de renas da Noruega morreu depois que o raio atingiu uma árvore, o chão ou até mesmo um animal – esta última possibilidade poderá ser comprovada se algum animal apresentar sinais característicos de uma potente descarga elétrica.
O acidente aconteceu no Parque Nacional de Hardangervidda, que fica localizado no sul da Noruega. O país é conhecido por ser o lar de muitas renas selvagens, que vivem soltas na natureza – são cerca de 10 mil delas! A proximidade entre elas deve ter feito a eletricidade passar de uma para outra, parando seus corações.
Segundo Jensenius, a morte de pessoas por raios está diminuindo gradativamente. Para efeitos de comparação, cerca de 400 pessoas morriam anualmente entre as décadas de 1930 e 1940 vítimas de raio – e isso só nos Estados Unidos. Esse número baixou para 31 vítimas, em média, nos últimos 10 anos.
Cenário é desolador: ao menos 70 filhotes estão entre as 323 renas mortas