Nosso cérebro não consegue decifrar os nós, diz estudo

26/12/2024 às 09:002 min de leituraAtualizado em 26/12/2024 às 09:00

Um nó é uma forma de amarrar um material linear (como um fio ou uma corda) sem que ele solte facilmente. Eles surgiram há muito tempo e, por incrível que pareça, há várias técnicas diferentes usadas para poder criar nós superfortes.

Agora, um estudo demonstrou que os cérebros humanos têm grande dificuldade para avaliar qual seria o nó mais forte. E sim, dependendo da situação, essa pode ser uma informação bem útil.

A “ciência” dos nós

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O mecanismo de um nó é difícil de decifrar por nossos cérebros. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

Um estudo desenvolvido por uma estudante de doutorado executou um experimento inusitado. Os pesquisadores mostraram aos participantes quatro nós de diferentes forças e pediram que eles escolhessem o mais forte entre dois em cada quarteto.

A maior parte errou na avaliação. Em seguida, eles assistiram a vídeos dos nós girando lentamente, para que pudessem entendê-los com mais clareza, mas isso também não ajudou. Os pesquisadores então tentaram mostrar os nós ao lado de um diagrama que explicava o seu mecanismo. Mesmo assim, os participantes não conseguiram avaliar. 

De acordo com o professor Chaz Firestone, que trabalha na área de física na Universidade John Hopkins, as pessoas normalmente têm dificuldades com nós. "A humanidade usa nós há milhares de anos. Eles não são tão complicados – são apenas uma corda emaranhada. No entanto, você pode mostrar às pessoas fotos reais de nós e pedir-lhes qualquer julgamento sobre como o nó se comportará e elas não têm ideia", pontuou.

Por que temos dificuldades com nós?

(Fonte: GettyImages/ Reprodução)
A compreensão de um nó passa pela física intuitiva. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)

O projeto foi desenvolvido por Sholei Croom, uma estudante de doutorado na Universidade John Hopkins. Ela tem como foco de seus estudos a chamada física intuitiva, área que se ocupa das representações espontâneas sobre a estrutura e modo de funcionamento do mundo físico. Em outras palavras, a física intuitiva busca entender o que as pessoas percebem sobre o seu ambiente apenas olhando para ele. 

Ela afirma que os nós podem apontar a um tipo de deficiência na percepção humana. "Tentamos dar às pessoas a melhor chance possível no experimento, incluindo mostrar-lhes vídeos dos nós girando e isso não ajudou em nada – se alguma coisa, as respostas das pessoas foram ainda mais em todo o lugar. O sistema psicológico humano simplesmente falha em verificar qualquer conhecimento físico a partir das propriedades do nó", explicou Croom.

No entanto, foi possível fazer algumas descobertas. Em geral, os participantes estavam incorretos sobre o nó mais forte. Mas, quando acertavam qual era, o raciocínio estava errado. Uma hipótese seria que os objetos não rígidos sejam mais difíceis de serem decifrados por nossos cérebros.

Outra questão que pode entrar no resultado do experimento é o fato de que os participantes não eram especialistas em nós, o que sugere que as pessoas que têm muita experiência com nós talvez pudessem determinar melhor o funcionamento correto. Mas isso viria do conhecimento adquirido, não da capacidade do nosso cérebro de apenas julgar a estrutura por si só.

"Simplesmente não somos capazes de extrair um senso saliente da estrutura interna de um nó olhando para ele. É um bom estudo de caso sobre quantas questões em aberto ainda permanecem em nossa capacidade de raciocinar sobre o meio ambiente", ressaltou Croom.

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