Ciência
09/03/2018 às 11:30•3 min de leitura
Amelia Earhart, caso você não saiba, foi uma famosa aviadora norte-americana que, depois de conquistar uma série de marcos e medalhas e se tornar a primeira mulher a sobrevoar o Atlântico, desapareceu — provavelmente após se acidentar em algum lugar do Pacífico — enquanto tentava completar uma volta ao mundo em sua aeronave, isso em 1937.
*A seguir, nós incluímos um resumo (bem resumidinho) do que se sabe sobre o sumiço de Amelia, mas você pode pular para a parte da descoberta se preferir!
Na ocasião de seu sumiço, a missão de resgate organizada para tentar localizar os destroços do avião e os corpos de Amelia e Fred Noonan, seu navegador, se transformou em uma das maiores operações de busca marítima já realizada na História. Mas, depois de dois anos de procura e um enorme investimento de tempo, dinheiro e esforço humano, as ações acabaram sendo suspensas.
(National Post)
Outras tantas expedições foram realizadas ao longo dos anos, mas nunca ninguém conseguiu encontrar vestígios da aviadora, de sua aeronave ou seu companheiro de viagem, nem determinar, exatamente, que fim eles levaram — transformando o desaparecimento de Amelia em um dos mistérios mais intrigantes da aviação mundial. E você sabe o que esse tipo de mistério motiva, né? Isso mesmo, caro leitor, ao surgimento de teorias...
Nós do Mega chegamos a compartilhar por aqui uma delas — uma que ganhou bastante notoriedade no ano passado. Você pode conferir a matéria completa através deste link, mas, resumidamente, uma equipe do History Channel teria encontrado uma foto antiga clicada em uma doca no Atol de Jaluit, nas Ilhas Marshall, e que, segundo os investigadores, mostraria Amelia, Noonan e o avião em que eles viajavam.
(CBS News/National Archives)
O time analisou a tal foto e concluiu que os dois caucasianos que podem ser vistos entre os nativos seriam Amelia e Noonan, sugerindo que eles sobreviveram ao desastre. Os investigadores ainda concluíram que os rumores que circulam pelas Ilhas Marshall — de que a dupla teria sido capturada pelos japoneses por suspeita de espionagem, torturada e assassinada — poderiam ser reais. Só que dias após o documentário do History Channel ir ao ar, um japonês que mantém um blog sobre a história militar do Japão veio a público e revelou que o retrato tinha sido clicado 2 anos antes de Amelia sumir.
Pois bem! Em 1940, uma expedição britânica encarregada de fazer o reconhecimento de uma ilha do Pacífico chamada Nikumaroro se deparou com uma porção de ossos humanos e o resto do que parecia ser um sapato de mulher. Um médico chamado D. W. Hoodles foi chamado para examinar os exemplares e, depois de conduzir uma porção de medições, o especialista concluiu que os ossos pertenciam a um homem e, portanto, não poderiam ser de Amelia.
(abc News)
Entretanto, agora, Richard Jantz, um professor de antropologia forense da Universidade do Tennessee, resolveu reexaminar os ossos e tudo parece indicar que Hoodles estava equivocado. Segundo Jantz, o método empregado anteriormente para medir os ossos era bastante inadequado, quando comparado com as tecnologias que foram surgindo com os anos e, sendo assim, o erro de Hoodles é compreensível.
Mas, voltando à descoberta de Jantz, ele trabalhou no desenvolvimento de um programa de computador usado por cientistas forenses em todo o mundo que é capaz de estimar o sexo e a descendência de uma pessoa com base na medição das dimensões de seu esqueleto.
(People)
Então, após obter informações como altura, peso, estrutura e proporções corporais — a partir de informações disponíveis em documentos como a licença de piloto e carteira de motorista de Amelia, assim como outros registros da aviadora —, o pesquisador primeiro rodou uma comparação com mais de 2,7 mil medidas presentes no banco de dados do programa. Depois ele fez o mesmo com os ossos encontrados em Nikumaroro, e os resultados apontaram os ossos de Amelia seriam 99% mais semelhantes aos descobertos na ilha do que os de qualquer outro indivíduo cujas medições constam no programa de Jantz.
As conclusões do cientista foram publicadas em um estudo no periódico científico Forensic Anthropology e, se não estamos equivocados, especialmente em se tratando de um caso tão famoso como o de Amelia Earhart, os resultados apresentados por Jantz possivelmente serão criticados por outros especialistas. E você, caro leitor, concorda que vão aparecer pesquisadores contestando os achados de Jantz?