Artes/cultura
15/11/2018 às 07:00•4 min de leitura
Um famoso ditado nos Estados Unidos diz: “quebre as regras e irá para a prisão. Quebre as regras da prisão e irá para Alcatraz”. Isso mostra a fama que a ilha transformada em prisão construiu ao longo dos anos e mantém até os dias atuais. Muitos filmes e seriados já utilizaram o local como pano de fundo ou até como peça central, e motivos não faltam para que as histórias prendam a atenção dos espectadores do começo ao fim. Conheça 10 fatos curiosos sobre A Rocha:
O nome Alcatraz vem do espanhol Isla de los Alcatraces, que significa ilha dos pelicanos, assim como foi descrito pelo explorador espanhol Juan Manuel de Ayala, em 1775. A ilha, inicialmente de Carlos Gonzalez Rodriguez, que a vendeu para o militar John Charles Frémont, se tornou propriedade dos Estados Unidos após a Guerra Mexicano-Americana, em 1848, juntamente com o estado da Califórnia.
Os herdeiros de Frémont lutaram por muitos anos para receber o valor do terreno do governo, mas os esforços foram em vão. Logo após, o local foi usado como uma vila militar e equipada com mais de 100 canhões para monitorar as atividades da baía de São Francisco. Na época, a região atraía muitos aventureiros em busca de ouro e riquezas. Alcatraz também foi usada para afastar confederados que tentavam dominar a cidade durante a Guerra Civil, o que foi um prenúncio da atividade final da ilha, que se tornaria uma prisão.
Quando o armamento na ilha se tornou obsoleto e a necessidade de supervisão acabou, a ilha de Alcatraz ganhou novas funções. O prédio que existia no local foi desconstruído, sobrando apenas a fundação original. Entre 1909 até 1911, os prisioneiros militares foram os responsáveis por erguer a edificação que até hoje pode ser vista na ilha. Os militares transferiram a posse de Alcatraz para o Departamento de Justiça em 1933, quando o local se tornou sinônimo de prisão das prisões e recebeu alguns dos piores criminosos do país.
Famosa por abrigar o pior dos piores, Alcatraz era conhecida por ser uma das prisões mais rígidas da época. Há quem diga que os prisioneiros não podiam nem falar uns com os outros. Mas, apesar de tudo, a vida não era assim tão ruim lá dentro, levando-se em conta a realidade de um encarcerado.
Todos que estavam lá contavam com quatro direitos garantidos: abrigo, comida, roupas e assistência médica. Além disso, diferente de outras instituições, cada detento tinha sua própria cela, o que garantia privacidade e evitava violações sexuais. Banhos quentes também eram certos, mas não por causa do frio da região de São Francisco. A estratégia era evitar que os presos achassem que mergulhar no gélido mar que cerca a ilha seria uma ideia para fugir.
Alcatraz, uma prisão de segurança máxima, construída em uma ilha cercada por águas de uma baía gélida, tinha a fama de ser praticamente inescapável. Ao longo dos 29 anos em que operou, abrigou em média 260 prisioneiros. Nesse tempo, 36 homens tentaram fugir, sendo que 23 foram recapturados, 6 foram mortos por guardas e 2 se afogaram.
Os 5 restantes tiveram sucesso, aparentemente, mas nunca mais foram vistos, o que deixa dúvidas sobre a chegada ou não à terra firme. Entre os fugitivos famosos estavam Frank Morris, John e Clarence Anglin, que em 1962 bolaram uma das mais históricas fugas dos Estados Unidos e, após caírem na névoa de São Francisco, nunca mais foram vistos novamente.
Depois de ganharem o direito de conversar durante o horário de recreação, os prisioneiros também podiam realizar outras atividades físicas e esportivas. Softball, uma versão de beisebol, era o jogo predileto, adaptado como possível dentro da quadra de Alcatraz. Mas, como em toda disputa esportiva, às vezes os ânimos se acirravam, e os guardas precisavam ser chamados às pressas.
A logística de Alcatraz e seus custos eram complicados para a equipe da instituição. Os guardas e outros funcionários tinham que morar na ilha, obviamente, em abrigos separados da prisão principal. Suas famílias também tinham espaço na prisão; as crianças pescavam e passavam tempo na área social. Compras de alimentos e itens de necessidade pessoal eram trazidos semanalmente de barco para abastecer as famílias, que não podiam interagir com os presos.
O melhor de Alcatraz também foi o que decidiu seu destino. Por estar em uma ilha, o acesso e a manutenção eram muito mais caros do que uma prisão normal, e isso condenou, literalmente, sua existência.
Por estar no meio do mar, a maresia consumia as instalações, que exigiam cuidados constantes, além do custo da equipe e de exigências como a logística de água doce, por exemplo. Diariamente, Alcatraz custava três vezes mais para o governo, o que pesou na decisão de fechar a instituição.
Em 1969, a ilha de Alcatraz recebeu cerca de 400 pessoas que protestavam contra a política norte-americana de realocação dos índios. A ocupação foi liderada por Richard Oakes, estudante da San Francisco State College, e durou 19 meses. O presidente na época, Richard Nixon, voltou atrás e revogou a ação em 1970, efetivamente encerrando a apreensão de terras indígenas por parte do governo.
Em 1972, a ilha foi transformada em parque nacional e, desde então, recebe turistas do mundo inteiro. Interessados em conhecer as instalações que receberam Al Capone e outros presos famosos podem comprar o ingresso que dá direito ao tour pela Broadway, como é chamado o corredor principal da prisão. O acesso a Alcatraz é feito por meio do ferry, que pode ser reservado com antecedência, dependendo do clima da baía.
Sem presença humana permanente, Alcatraz está sendo ocupada pela natureza pouco a pouco. As aves são tão comuns na região que ganharam inclusive um tour específico, voltado aos turistas que se interessem pelo assunto.
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