DNA em guardanapo de cachorro-quente incrimina assassino após 25 anos

25/02/2019 às 08:002 min de leitura

Essa história começou em 1993, com o misterioso assassinato da prostituta Jeanne Ann Childs, de 35 anos, morta a facadas em seu apartamento em Minneapolis. A mulher foi achada trajando apenas meias, dentro da banheira que ainda jorrava água. Segundo a autópsia, algumas das perfurações no corpo foram feitas após a morte.

Suspeitos? Nenhum. Tirando algumas pequenas evidências, não havia algo que pudesse incriminar alguém. Infelizmente, análises por DNA ainda não eram eficientes no começo dos anos 1990, e isso nos leva a 2005. Naquele ano, uma força-tarefa envolvendo a Cold Case e o FBI analisou o assassinato de Jeanne Ann Childs, já que os avanços na decodificação genética poderiam descobrir quem a matou. 

As provas permaneceram guardadas e, após 26 anos, ajudaram a solucionar o caso: uma toalha de rosto e uma mancha de sangue na pia do banheiro. Demorou mais de 1 década para, em 2018, as amostras serem cruzadas com um banco online de DNA e novas pistas serem introduzidas ao caso. Esses sites costumam ser usados por pessoas que querem montar sua árvore genealógica ou conhecer sua ascendência — são, portanto, um serviço particular e privado.

Jeanne Ann Childs tinha 35 anos quando foi morta em seu apartamento (Reprodução/KSTP TV)

O DNA era compatível com o da família Westrom, cujo único membro que fez cadastro no site pode ter levado todos à categoria de suspeitos. A polícia acompanhou Jerry Westrom, de 52 anos, a um jogo de hóquei e recolheu um lenço de papel usado pelo homem enquanto comia cachorro-quente. Westrom nem reparou no trabalho poolicial; e o resultado não poderia ser pior para ele, já que depois de 2 décadas e meia ele finalmente foi identificado como o assassino de Jeanne Ann Childs.

Há cerca de 2 semanas, Westrom foi preso e acusado de homicídio. Ele nega as acusações e diz que sequer conhecia Jeanne Ann Childs; na época, porém, ele tinha 27 anos e morava nas proximidades. Atualmente, ele é casado e pai de três filhos, mas já foi condenado diversas vezes por embriaguez ao volante, além de estar em liberdade condicional por procurar serviços sexuais com uma adolescente.

A tática da polícia de coletar o guardanapo usado por Westrom em um jogo de hóquei, empregando dados cruzados com uma empresa particular para incriminá-lo, tem gerado discussão sobre a ética nas investigações.

Você, caro leitor, acredita que as autoridades podem usar dados supostamente privados para identificar criminosos?

Jerry Westrom foi identificado mais de 25 anos após o assassinato (Divulgação/Hennepin County Sheriff Office)

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