Ciência
03/09/2020 às 08:00•2 min de leitura
Uma cratera gigantesca em forma de funil, estimada em pelo menos 50 metros de profundidade, foi descoberta numa área remota do Ártico, na Península de Yamal, na Sibéria. Registrada acidentalmente por uma equipe da emissora Vesti Yamal TV, a depressão gerou uma onda de interpretações místicas nas redes sociais.
Como esta já é a 17ª cratera descoberta na região nos últimos anos, muitas pessoas atribuem as perfurações à ação de algum OVNI, enquanto outras falam em testes secretos de mísseis.
Um bolsão de permafrost, ou "pingo", que pode ser a origem das crateras (Fonte: Vesti Yamal/Reprodução)
Alguns cientistas afirmam que essas crateras são resultantes do acúmulo de gás metano em "pingos", que são bolsões de permafrost, o solo gelado do Ártico. Eles acreditam que, à medida que a pressão aumenta, uma “tampa” é expelida e o gás liberado.
Entrevistado pela Vesti Yamal, o professor Vasily Bogoyavlensky, do Instituto Russo de Pesquisa de Petróleo e Gás de Moscou, afirmou que o buraco é incomum. "Ele contém muitas informações científicas adicionais, que ainda não estou pronto para divulgar”, e acrescentou: "temos que analisar tudo isso e construir modelos tridimensionais".
No entanto, o cientista reconhece que, basicamente, trata-se de "um espaço vazio preenchido com gás com alta pressão. A camada de cobertura se distende, e tem uma espessura de 5 a 10 metros aproximadamente”.
Essas crateras misteriosas começaram a ser descobertas em 2014. A primeira delas, que media 30 metros de profundidade, estava localizada perto do campo de gás natural de Bovanenkovo, um dos maiores da Rússia. Diferentemente das outras, esta cratera parece ter explodido do lado de fora.
Mais duas crateras foram descobertas logo depois, uma na mesma região e outra, bem menor, na península de Taymyr, também na Sibéria. Ambas foram encontradas por pastores de renas que, por pouco, não caíram dentro delas.
Comparado a essas três, o novo "funil" agora descoberto impressiona pelo seu tamanho e sua grandeza, afirmou à Vesti Yamal TV o pesquisador Evgeny Chuvilin, do Instituto Skolkovo de Ciência e Tecnologia. "Essas são as forças colossais da natureza que criam tais objetos", afirmou.