Estilo de vida
02/10/2020 às 08:00•2 min de leitura
Aparentemente, a vila de Kijong-dong, localizada na Zona Desmilitarizada entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, é um local habitacional como outro qualquer — apartamentos bem construídos e distribuídos, cercas e pequenos muros de proteção, um ordenamento lógico de construções e outros detalhes que dão a entender que, de fato, tudo está na mais perfeita ordem. Porém, o local guarda um segredo muito mais profundo, não havendo relatos de que moradores foram, algum dia, vistos pelos arredores.
Conhecido como a “Vila da Paz”, o complexo norte-coreano é alvo de diversas teorias por parte de observadores, que acreditam ser apenas mais uma das cidades falsas construídas pelo governo para passar a impressão de luxo. O local, que também é “carinhosamente” chamado de “Vila da Propaganda”, vem chamando atenção desde quando foi construído e conta uma história bastante intrigante.
Após o aparente fim da Guerra da Coreia, em julho de 1953, as nações decidiram encerrar o conflito armado, mas estavam mais separadas do que nunca, com uma rivalidade enraizada e à flor da pele. A solução foi reforçar a Zona Desmilitarizada, que passou a ser um local de extrema tensão e fortemente vigiada por ambas as nações para evitar possíveis invasões entre os países.
Como reação à construção de Daeseong-dong, uma espécie de abrigo sul-coreano para abrigar órfãos de guerra, a Coreia do Norte criou Kijong-dong, a “Vila da Paz”, feita para chamar atenção de seus vizinhos através da ideia de prosperidade econômica e superação pós-guerra.
Especialistas afirmam que a “Vila da Propaganda” é formada por estruturas abandonadas em que as janelas são pintadas e que a própria construção vem se desgastando devido à falta de manutenção, algo incomum para casos em que há pessoas morando. À noite, luzes são acesas nos arredores da cidade, mas sacadas, janelas ou varandas não ficam iluminadas.
Em contrapartida, o governo norte-coreano afirma que mais de 200 moradores felizes habitam a “Vila da Paz”, que possui escolas, creches, polos de lazer e outros empreendimentos. O mistério, porém, ainda está longe de ser solucionado devido ao fechamento da Coreia do Norte em relação a outros países não alinhados politicamente.