Estilo de vida
17/12/2020 às 15:00•3 min de leitura
Na ufologia mundial, a década de 1940 ficou estabelecida como sendo a “era moderna dos discos voadores”, visto que foi um dos períodos em que mais OVNIs foram avistados, com destaque para os incidentes de Mantell e Roswell.
Em 1946, enquanto o mundo falava sobre os escombros deixados pelo poder destrutivo da Segunda Guerra Mundial, na pequena cidade de Araçariguama, a 70 km de São Paulo (Brasil), a preocupação era totalmente outra.
Em 4 de março daquele ano, uma segunda-feira de Carnaval, o lavrador João Prestes Filho, então com 44 anos, decidiu que o dia estava ótimo para reunir três amigos e ir pescar no Rio Tietê. Ele avisou sua esposa, Silvina Nunes Prestes, de que voltaria tarde, mas ela não se importou, pois iria para um bloco de carnaval de rua com sua família.
Após um dia movimentado, João voltou para casa às 19h e a encontrou vazia e escura e, cansado, resolveu tomar um banho. A caminho do banheiro, ele relatou que um clarão surgiu de algum lugar, atravessando os cômodos da construção e atingindo-o em cheio. Imediatamente, João sentiu o corpo queimar da cabeça aos pés.
Desesperado e sem conseguir encostar em nada de tanta dor, ele abriu o trinco da porta com os dentes e correu descalço pela estrada até a casa de Maria, sua irmã. Na rua mesmo João gritava com toda a força “A luz! A luz!”, clamando por socorro.
Tremendo e chorando, João teria se largado na cama da irmã, de acordo com depoimento de seu primo, Virgílio Francisco Alves. Malaquias, delegado da cidade, rapidamente chegou na casa para interrogar o homem sobre o que havia acontecido, apesar de seu profundo tormento.
“Não era nada deste mundo, e sim uma coisa invisível”, relatou João ao delegado, antes de ser encaminhado ao hospital de Santana de Parnaíba. Virgílio acreditava no primo, já que seu estado era horrível: “João era branco e ficou com a pele toda torrada. As mãos e o rosto foram os que queimaram mais. O rosto até assou. Já o cabelo não queimou, nem a roupa”, detalhou ele.
Após 9 horas internado em estado grave, João Prestes Filho morreu no hospital.
De acordo com o laudo da autópsia, as queimaduras de terceiro grau no corpo de João não foram causadas por querosene ou qualquer outro combustível; também não havia sinais de fuligem e os pelos ou roupas não haviam sido sequer chamuscados.
Apenas as regiões expostas do corpo foram atingidas, como cabeça, pescoço, mãos e membros inferiores, por isso o legista descartou a hipótese de queimadura por líquido em alta temperatura, pois muito dificilmente outras áreas não teriam sido afetadas por respingos. Além disso, as partes acometidas pelas queimaduras estavam enrugadas, encolhidas, rachadas e se desprendendo dos membros e o corpo não fedia a queimado e nem a qualquer substância. Os exames ressaltaram que não havia resíduos de álcool no organismo do homem.
Na certidão de óbito de João, constava a causa da morte como queimadura. Contudo, em 13 de janeiro de 1998, o cartório de Santana de Parnaíba expediu novamente o documento e registrou que a causa da morte foi colapso cardíaco e queimaduras generalizadas.
No entanto, a pergunta que sondava a todos era: o que atingiu João? A casa do homem ficara intacta e apenas ele havia sido afetado. Seu estado lembrava o de alguém exposto à radiação, porém seus órgãos não haviam sido prejudicados e, se de fato se tratasse de uma onda radioativa, as vestes não teriam servido como barreira. Além disso, o que poderia ter provocado o raio? De onde poderia ter vindo?
A comunidade ufológica rapidamente se apossou do caso para tentar encontrar alguma explicação que fizesse sentido, uma vez que o fenômeno tinha todas as características de algo de natureza extraterrestre.
Contudo, a investigação acabou causando polêmica entre os ufólogos que acreditavam que esses seres faziam parte de uma corrente angelical, ou seja, que seriam “anjos salvadores da humanidade” e que não queriam o mal de ninguém. O outro lado, porém, enxergava-os como uma inteligência avançada que vaga através do espaço procurando consciências e vidas em outros planetas para poder estudá-las ou até mesmo fazer um processo de colonização.
Os que defendiam a ideia pró-humanidade, afirmaram que investigaram o caso de João Prestes Filho e concluíram que tudo não passara de um acidente ou crime. Os “contra-humanidade”, por sua vez, alegaram que o incidente poderia ter sido um ataque extraterrestre, mas que não tinham evidências, tampouco sabiam explicar o motivo de aquilo ter acontecido.
Na verdade, até hoje ninguém conseguiu esclarecer o caso. Os habitantes de Araçariguama, no entanto, seguem avistando bolas de fogo atravessarem o céu quando anoitece e cada um tem uma história diferente para contar sobre o fenômeno, mas a conclusão sempre é a mesma: “Isso não é daqui”.