Ciência
01/06/2023 às 13:00•2 min de leitura
No ano de 1999, o voo N47BA entrou para a história da aviação após um caso completamente bizarro. A aeronave deveria seguir em direção a Dallas, mas começou a realizar um curso estranho após a sua decolagem — voando diretamente sobre os Estados Unidos em direção ao Canadá.
Após a torre de controle tentar estabelecer contato sem sucesso com a tripulação, jatos militares foram enviados para interceptar o "voo fantasma". O que ninguém sabia naquele dia, no entanto, era que todas as pessoas a bordo estavam inconscientes ou mortas durante a viagem. Entenda mais sobre esse caso nos próximos parágrafos!
(Fonte: Wikimedia Commons)
A aeronave em questão era um Learjet 35, um avião executivo bimotor de porte médio, que transportava algumas pessoas muito importantes. O voo decolou de Orlando, na Flórida, no dia 25 de outubro de 1999. Entre os passageiros estavam a lenda do golfe Payne Stewart, o ex-quarterback da liga de futebol americano dos Estados Unidos (NFL) Robert Fraley, a presidente da agência de golfe Van Arden de Stewart e o arquiteto de campos de golfe Bruce Borland.
Além deles, os pilotos Michael Kling e Stephanie Bellegarrigue realizavam a viagem de rotina em direção a Dallas, no Texas. Ao todo, seis pessoas estavam a bordo do pequeno avião, preparado para uma viagem de três horas com tranquilidade. O grupo decolou como de costume e subiu a uma altitude pré-aprovada de 11,9 mil metros acima do nível do mar.
Quando estavam a 7 mil metros de altura, o contato por rádio foi confirmado pelo piloto, indicando que tudo estava normal naquele cenário — exceto pelo fato de que este foi o último contato estabelecido pelo Learjet 35. Seis minutos depois, uma nova tentativa de comunicação foi feita, mas dessa vez sem respostas. Múltiplas tentativas subsequentes ligaram um alarme de emergência, o que fez com que a Força Aérea entrasse em ação.
(Fonte: GettyImages)
Para a sorte da aviação norte-americana, um caça F-16 estava voando pela região naquele momento e direcionou-se para interceptar a aeronave, antes realizando uma inspeção visual. O coronel Olson, que comandava o jato, concluiu que o avião não apresentava danos visíveis e voava em linha reta, mas não conseguiu enxergar dentro da cabine para identificar a tripulação.
As janelas eram opacas, como se estivessem cobertas por condensação ou gelo. Especulou-se que o Pentágono considerou derrubar a aeronave, após múltiplas tentativas de contato sem resposta, caso ela se aproximasse de uma área povoada. Porém, o governo norte-americano afirmou posteriormente que essa nunca foi uma opção.
Carregando apenas quatro horas e meia de combustível, o avião logo começou a descer em espiral. Testemunhas relataram que ele estava fora de controle e voava em direção ao solo em velocidades impressionantes. Foi então que o voo N47BA colidiu com um terreno plano em Dakota do Sul, destruindo toda a sua carcaça e deixando uma grande cratera no chão.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Nos breves minutos após o último contato com a tripulação, especialistas determinaram que ocorreu uma despressurização da cabine. Nunca foi possível saber ao certo por que ou com que velocidade isso aconteceu. No entanto, os passageiros não conseguiram obter oxigênio suplementar em quantidades suficientes para impedi-los de perder a consciência.
À medida que o oxigênio diminui dentro da cabine, o mais provável é que os pilotos tenham ficados incapacitados. A partir daí, o piloto automático teria mantido a altitude e o curso reto até não poder mais — voando sem ninguém no volante por mais de quatro horas.
Embora o mistério da despressurização nunca tenha sido descoberto, as gravações da caixa preta indicam que ninguém esteve acordado nos últimos minutos do voo. Portanto, é bem possível que todos os membros do voo N47BA tenham desmaiado ou falecido logo após o último contato com a torre de controle. Desde então, um memorial foi construído no local do acidente em homenagem às vítimas.