Artes/cultura
04/02/2024 às 07:00•3 min de leituraAtualizado em 07/10/2024 às 18:05
No possível cenário de um apocalipse zumbi, o Comando Estratégico dos Estados Unidos (USSTRATCOM) desenvolveu o Conop 8888, um intrigante plano que detalha como as forças armadas americanas responderiam a uma invasão de zumbis.
Apesar de sua natureza fictícia, o documento oferece visões fascinantes sobre as considerações jurídicas, políticas e práticas envolvidas em uma guerra contra os "mortos-vivos". O plano foi criado com o objetivo de projetar habilidades reais de planejamento estratégico, apesar disso, muitas pessoas afirmam sua veracidade e muitas que esse é apenas um exercício, ou seja, tem caráter fictício.
(Fonte: Getty Images)
Lançado em abril de 2011, o plano oferece uma visão única das implicações jurídicas e operacionais envolvidas na defesa contra zumbis. O documento destaca que as operações militares seriam regulamentadas pelo direito nacional e internacional apenas no que diz respeito à vida humana e animal.
Isso daria ao governo ampla flexibilidade para conduzir ações hostis contra zumbis. O documento também aborda como as forças militares lidariam com diferentes tipos de “mortos-vivos”, desde os patogênicos até os resultantes de experimentos.
Além disso, o plano descreve fases estratégicas, desde a instrução do público sobre a natureza dos zumbis até a reconstrução da autoridade governamental após a eliminação das ameaças. Surpreendentemente, o Conop 8888 também prevê ações coordenadas globalmente, destacando a preocupação com a proteção de aliados estrangeiros.
Os PZ são formas de vida zumbis criadas após um organismo ser infectado por um vírus, bactéria ou outra forma de contágio.
Os RZ são formas de vida zumbis criadas após um organismo ser exposto a uma dose extrema de radiação eletromagnética e/ou de partículas.
Os EMZ são formas de vida zumbis criadas por meio de experimentos ocultos, frequentemente referidos como "magia maligna".
Os SZ são formas de vida zumbis que se originam do espaço ou são criadas pela contaminação tóxica do ambiente terrestre, devido a alguma forma de toxina ou radiação extraterrestre.
Os WZ são formas de vida zumbis criadas deliberadamente por meio de engenharia biológica ou biomecânica, com o objetivo de serem usadas como armas. Programas de armamento zumbi e as infraestruturas de apoio estão incluídos nas opções de ação para lidar com essas ameaças. O filme "The Crazies" exemplifica o tipo mais comum de WZ (humanos transformados em zumbis devido à exposição a produtos químicos/gases tóxicos)
Os SIZ são formas de vida zumbis originadas da introdução de um simbionte em um hospedeiro saudável. Embora os sintomas do zombismo simbiótico sejam semelhantes aos do zombismo patogênico, o simbionte não mata o organismo hospedeiro. No entanto, não há como salvar um organismo após o zombismo ter ocorrido, mesmo que o simbionte seja removido.
Os VZ são formas de vida zumbis que podem surgir de qualquer causa, mas não representam ameaça direta aos humanos, pois se alimentam apenas de plantas (como indicado no jogo popular "Plants Vs. Zombies"). Embora os VZ não ataquem humanos ou outros animais, consomem toda a vegetação à sua frente. Isso pode causar desmatamento massivo ou a eliminação de culturas alimentares essenciais para os humanos, como arroz, milho e soja. Eles murmuram “grãããos” ao invés de “cérebros”.
Embora pareça ridículo, esta é a única classe de zumbis comprovadamente existente, Os CZ foram documentados pela primeira vez no artigo online de Jonathan M. Forrester, "Zombie Chickens Taking Over California", publicado em 4 de dezembro de 2006.
Os CZ ocorrem quando galinhas velhas que não conseguem mais botar ovos são mal eutanasiadas por criadores usando monóxido de carbono. As galinhas são então depositadas em grandes pilhas para se decompor. Embora pareçam mortas quando enterradas, inexplicavelmente, elas voltam à vida e se desenterram das pilhas de galinhas mortas. Após chegarem à superfície, os CZ vagueiam por um tempo antes de expirar devido a falência de órgãos internos.
(Fonte: Getty Images)
Uma das fases cruciais do plano é a dissuasão, mesmo reconhecendo que os próprios zumbis não podem ser dissuadidos. No entanto, essa fase busca restaurar a confiança na capacidade do governo em combater a ameaça zumbi por meio de operações abrangentes.
O documento destaca a importância de instruir militares e o público sobre a natureza das criaturas, seguido por varreduras em áreas infectadas, eliminação de zumbis e queima de corpos para evitar infecções. Além disso, o Conop 8888 revela uma estratégia multifásica que aborda a complexidade de enfrentar esses seres, incluindo considerações específicas para diferentes tipos de ameaças, como os zumbis armados e os zumbis vegetarianos.
Trecho do Conop 8888. (Fonte: Wikimedia Commons)
Diante do caráter peculiar do Conop 8888, surge a pergunta: por que o Pentágono se deu ao trabalho de criar um plano tão extraordinário? Segundo o USSTRATCOM, o documento serve como uma ferramenta de treinamento interna, proporcionando uma experiência valiosa no desenvolvimento de planos militares em um cenário fictício. A escolha de um apocalipse zumbi, embora peculiar, permite treinar o pessoal sem os riscos políticos associados ao uso de cenários reais.
O Conop 8888 é, sem dúvida, uma abordagem única e criativa para o treinamento militar. Esse plano extravagante não reflete uma séria expectativa de um apocalipse zumbi, mas sim uma ferramenta eficaz para treinar as forças armadas em situações extremas. À medida que exploramos os detalhes desse plano surpreendente, podemos apreciar a criatividade por trás dele e reconhecer a importância do treinamento militar em cenários fictícios para garantir a prontidão das forças frente às ameaças reais.