10 festivais que existem pelo mundo para homenagear os mortos

02/11/2020 às 04:003 min de leitura

Uma coisa é inegável: o ceifador fará uma visita a todos nós. Assustadora para uns e significado de paz para outros, a morte é homenageada em símbolos, artes e rituais em todas as culturas do mundo.

Abaixo, selecionamos 10 eventos que acontecem em todo o globo para relembrar, venerar e homenagear o momento da passagem.

1. Dia de Todos os Santos e Dia de Todas as Almas

Religiões que seguem os dogmas católicos têm o primeiro e o segundo dia de novembro como sagrados. Considerado até feriado em muitos países, eles são chamados de Dia de Todos os Santos e Dia de Todas as Almas (ou Finados, aqui no Brasil). As raízes desses eventos nasceram nos primórdios do catolicismo para honrar mártires e santos desconhecidos, bem como as almas que estariam no purgatório. Segundo a lenda, as almas relembradas em orações durante o dia de Finados teriam sua entrada facilitada no “céu”.

2. Bon Festival

Para honrar os antigos ancestrais, os japoneses promovem esse festival há mais de 500 anos. De orientação budista, ele dura três dias e começa em 15 de agosto. Se você acha que por homenagear a morte o evento é solene, você está enganado.

Ele envolve queima de fogos, diversos jogos, banquetes e danças — como a Bon Odori, que dá as boas-vindas aos espíritos. O evento nasceu de uma passagem na história de Buda: um homem buscou a ajuda do Desperto para salvar sua mulher, que estava presa no “reino dos fantasmas famintos”; então, Buda disse ao homem para homenagear os monges. No final das contas, a mulher foi solta e o homem começou a dançar e festejar. Assim nasceu o Bon Festival.

3. Chuseok

São três dias seguidos de feriado na Coreia do Sul para agradecer os ancestrais mortos pela boa colheita. São realizados rituais pela manhã, banquetes por todo o dia e visitas aos túmulos de parentes.

Como os japoneses, os sul-coreanos também costumam comer, dançar e beber muito. Do outro lado da fronteira, na Coreia do Norte — o festival é mais antigo que a divisão —, ele é celebrado apenas com a visita aos cemitérios.

4. Gai Jatra

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Também conhecido como o Festival das Vacas, o Gai Jatra é um evento de oito dias que acontece em agosto e setembro no Nepal.

A homenagem é feita com uma procissão de vacas que passa pelo centro da cidade acompanhada por pessoas que perderam seus amados até o ano anterior — caso uma vaca não seja encontrada, uma criança com uma fantasia do animal já serve.

Segundo o hinduísmo, as vacas são sagradas, e o Gai Jarta serve para ajudar as pessoas a aceitar a morte e tornar o momento da passagem mais tranquilo.

5. Qingming

Também conhecido como Dia dos Ancestrais, o feriado nacional chinês é celebrado em abril desde 732 a.C. Nele, as famílias vão até o cemitério para limpar as lápides e sepulturas. Além da própria família, as pessoas homenageiam mortos em eventos históricos, como o Tiananmen Square.

6. Pitru Paksha

O evento é uma tradição hindu de 15 dias em que as pessoas levam coisas aos mortos em rituais diários feitos por padres. Se tudo for realizado corretamente, segundo a lenda, a pessoa receberá saúde, dinheiro e a salvação.

7. El Dia de los Muertos

Igual ao feriado de Finados no Brasil, mas muito mais feliz: este é o El Dia de los Muertos. Todo o México fica decorado com esqueletos ornamentados, principalmente os restaurantes.

Além dos mexicanos, residentes nas Filipinas e EUA costumam comemorar a data. A origem do evento vem das colheitas astecas. Hoje, é celebrado com máscaras, fantasias, banquetas, shows e danças.

8. Lemuralia

Diferente de todos os eventos já citados — que buscam celebrar ou ajudar os espíritos —, a Lemuralia era um festival romano feito para banir os espíritos malévolos presentes em casa.

O procedimento para expulsar os filhotes de cramunhão seguia assim: o dono da casa acordava à meia-noite e lavava as mãos três vezes. Então, enquanto andava descalço pela casa, ele jogava feijões pretos sobre os ombros por nove vezes recitando a seguinte frase: “haec ego mitto; his redimo meque meosque fabis“. Isso significa algo como: “Eu envio estes; com estes feijões eu redimo a mim e aos meus”.

Segundo a lenda, o ritual teve início com fratricida Rômulo, que buscava agradar o espírito do seu irmão gêmeo Remo.

9. O Festival do Fantasma Faminto

O Hungry Ghost Festival é celebrado pelos chineses no sétimo mês de seu calendário. Acredita-se que, durante esse tempo, os espíritos conseguem escapar do círculo infernal mais baixo. Para os taoístas e budistas, é um festival solene para diminuir o sofrimento dessas almas.

São feitas oferendas aos mortos e, durante jantares, cadeiras são deixadas vazias para “eles se sentarem”.

Após o festival, para garantir que esses espíritos tenham direção para onde ir, os chineses costumam acender lanternas em forma de flores na água em lagos e rios. Assim, o caminho de luz guiará as almas.

10. Famadihana

Este não é um festival específico para homenagear os mortos. Porém, não deixa de ser interessante.

Todo inverno, as pessoas de Madagascar participam do Famadihana. Não é nada mais que abrir as tumbas e retirar os corpos para enrolá-los em seda e carregá-los para “dançar com a música”.

Seguindo a tradição, esse povo acredita que o espírito não vai para a Terra dos Ancestrais até o corpo estar completamente decomposto. Por isso, eles fazem esse procedimento a cada 7 anos — o evento também serve para unir famílias distantes. 

*Publicado originalmente em 02/11/2016

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