Artes/cultura
26/08/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 26/08/2024 às 20:00
Cenas de ação em filmes são conhecidas por suas representações exageradas de tiroteios, onde personagens são arremessados pelo impacto de balas. Na vida real, no entanto, o que faz com que uma pessoa caia ao ser atingida por um tiro é muito mais complexo.
Embora a física do impacto de uma bala não justifique esses saltos dramáticos, as pessoas realmente caem quando são baleadas, independentemente de onde são atingidas. A resposta para esse fenômeno envolve tanto fatores fisiológicos quanto psicológicos, desafiando o senso comum em um dos mistérios mais intrigantes da ciência moderna.
Embora nos filmes um tiro seja capaz de arremessar uma pessoa para longe, a realidade é muito diferente. Afinal, as balas são pequenas e extremamente rápidas, concentrando muita energia em uma pequena área. Isso permite que o projétil penetre no corpo sem transferir grande parte de sua energia cinética, o que é insuficiente para deslocar uma pessoa de forma tão dramática.
Os experimentos realizados sobre o assunto demonstraram que nenhuma arma de fogo portátil prática foi capaz de derrubar o manequim de teste mais do que alguns centímetros. Além disso, a Terceira Lei de Newton sugere que, se uma bala tivesse energia suficiente para arremessar uma pessoa, o atirador também seria impulsionado para trás com igual força, o que não acontece.
Apesar de a física não justificar quedas dramáticas, pessoas baleadas frequentemente caem no chão, mesmo quando o impacto não é imediatamente fatal. Acredita-se que essa reação tem forte fator psicológico, influenciado por representações culturais de violência armada.
De acordo com essa teoria, as pessoas caem porque acreditam que é isso que deve acontecer ao serem atingidas por um tiro. Isso explica porque os animais, que não têm essa percepção, frequentemente continuam se movendo por algum tempo após serem baleados.
Contudo, existe também uma teoria fisiológica. Para alguns especialistas, o colapso ao ser baleado pode estar relacionado ao Sistema de Ativação Reticular (RAS) do cérebro, que, ao detectar uma sobrecarga de dor e trauma, desliga funções corporais não essenciais, incluindo o tônus muscular, resultando na queda.
Essa teoria encontra apoio em pesquisas que mostraram impactos significativos no cérebro de animais ao serem baleados, sugerindo que a queda pode ser uma reação biológica natural ao trauma.
Assim, embora a física desminta a ideia de que um tiro pode arremessar uma pessoa para longe, o impacto emocional e o trauma físico de um ferimento à bala são suficientes para provocarem um colapso. Em todo caso, seja qual for a razão que leva as pessoas a caírem ao serem baleadas, o melhor é evitar essa situação por completo.