Mistérios
15/12/2024 às 21:00•3 min de leituraAtualizado em 15/12/2024 às 21:00
Estar em um tribunal nem sempre é uma situação fácil, especialmente quando isso envolve acompanhar o julgamento do assassino confesso de sua filha. Foi exatamente por essa situação que Marianne Bachmeier precisou passar no início dos anos 1980, o que a levou a cometer um crime ao atirar oito vezes contra o réu.
Não sabe quem foi Marianne Bachmeier e os motivos que a levaram a ficar famosa mundialmente? Então saiba mais sobre a sua história nas linhas a seguir.
Marianne Bachmeier entrou para a história por conta de um ato que chocou o mundo. Nascida em 3 de junho de 1950, na Alemanha, ela era uma mãe comum que, em 1981, tomou uma decisão extrema ao matar o homem acusado de assassinar sua filha, Anna.
Dadas as circunstâncias, o caso ganhou notoriedade internacional e levantou debates sobre justiça e vingança com as próprias mãos.
Marianne vivia uma vida relativamente tranquila antes de sua vida mudar drasticamente. A relação com a filha era marcada por amor e cuidado, mas também enfrentava os desafios comuns de qualquer família. No entanto, tudo mudou quando Anna foi brutalmente assassinada.
Anna Bachmeier tinha apenas 7 anos quando foi vítima de um crime brutal que devastou sua família. Em 1980, Anna fugiu de casa após uma discussão com a mãe e acabou sendo sequestrada por Klaus Grabowski, um homem com histórico criminal. Aqui, é importante dizer que Grabowski já havia cumprido pena por crimes sexuais e era conhecido por ser bastante perigoso.
Grabowski manteve Anna em cativeiro por horas antes de assassiná-la de forma cruel. Ele estrangulou a menina com uma meia-calça e depois enterrou seu corpo em uma caixa de papelão às margens de um canal de Lübeck.
O homem foi entregue pela própria namorada à época, e não teve problemas para confessar o que havia feito às autoridades.
A morte de Anna causou uma comoção nacional na Alemanha. Para Marianne, a perda foi devastadora, especialmente pelas circunstâncias do crime e pelo histórico de Grabowski, que já deveria estar afastado do convívio social por conta de seus crimes anteriores.
Em 1981, o julgamento de Klaus Grabowski ocorreu na cidade de Lübeck, na Alemanha. Marianne, como uma pessoa envolvida com o ocorrido, compareceu ao tribunal acompanhada de advogados. Durante o julgamento, o réu apresentou uma postura fria e insensível, o que aumentou a dor da família Bachmeier.
No terceiro dia de julgamento, Marianne entrou no tribunal com uma arma escondida em sua bolsa. Durante a sessão, não conseguiu se conter ao ouvir os detalhes do crime e os depoimentos que descreviam a morte de Anna. Em um momento de desespero, ela sacou a arma e disparou oito vezes contra Grabowski, matando-o instantaneamente.
"Não se pode tratar homicídio culposo e doloso da mesma maneira, pois isso faria de todo soldado um assassino. Para mim o 'como' é muito importante. Eu tive que ouvir quando o assassino de minha filha descreveu a forma como ele a matou. Apertou o pano ao redor do seu pescoço cada vez mais forte. Aí eu atirei", declarou Marianne em entrevista divulgada pela Deutsche Welle.
O ato de Marianne causou um grande impacto na Alemanha e no mundo. Enquanto alguns a consideraram uma heroína que fez justiça com as próprias mãos, outros questionaram se sua ação poderia ser justificada. O tribunal se transformou em um cenário de caos total, e Marianne foi presa imediatamente pelas autoridades.
Apesar de toda comoção e de ter sido levada pela emoção, sim, Marianne Bachmeier foi acusada de homicídio por ter matado Grabowski no tribunal. No entanto, seu caso levantou questões legais e emocionais complexas, o que tornou o julgamento um dos mais polêmicos da história alemã.
No tribunal, a defesa usou o argumento de que Marianne agiu sob extrema pressão emocional e em um momento de desespero. Alegaram ainda que ela não planejou o crime previamente, mas que sua ação foi uma reação ao sofrimento enfrentado desde a morte de Anna. Por outro lado, a promotoria destacou que Marianne havia levado a arma ao tribunal, sugerindo que houve, sim, premeditação da parte dela.
Por conta desse ato, Marianne foi condenada a seis anos de prisão, mas cumpriu apenas dois. Sua pena relativamente curta foi resultado da compreensão do tribunal sobre as circunstâncias excepcionais de seu caso.
Depois de cumprir sua pena, Marianne tentou reconstruir sua vida longe de qualquer barulho e agitação. Ela se mudou para a Nigéria com seu marido, mas o relacionamento não durou. Mais tarde, ela retornou à Alemanha, onde viveu de forma discreta.
Nos anos seguintes, Marianne passou por problemas de saúde e faleceu em 17 de setembro de 1996, aos 46 anos, vítima de câncer. Ela está enterrada ao lado da filha, e sua história ainda é lembrada e discutida por ser um exemplo do impacto devastador do crime na vida das famílias, bem como um caso que envolveu justiça e emoção humana.
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