Artes/cultura
12/09/2017 às 08:20•2 min de leitura
Um dia, o cigarro foi visto como um grande companheiro das pessoas atarefadas e boêmias. Era bacana ostentar um bastão branco e fumacento na mão, e isso era permitido em restaurantes, teatros, salas de aula e até aviões!
Com o passar do tempo, surgiram estudos e mais estudos que não apenas mostraram que os cigarros são imersos em substâncias tóxicas como deixaram claro que o consumo desse produto está relacionado a doenças graves, como diversos tipos de câncer, acidentes vasculares cerebrais, tromboses e até disfunção erétil.
Há alguns anos, tínhamos acesso a comerciais de cigarro que nos vendiam uma ideia de que a nicotina era uma substância relaxante e prazerosa. Pode até ser verdade, mas o preço que se paga por esse relaxamento é muito mais alto do que poderíamos imaginar quando a droga surgiu. Viciante e perigoso, o cigarro destrói famílias inteiras e provoca mortes que, definitivamente, poderiam ser evitadas.
Cortar o hábito de fumar, ainda que não seja algo fácil, é extremamente necessário, e praticamente todo fumante pensa, de tempos em tempos, em largar o vício. O problema é que isso é difícil mesmo – mas não é impossível. A revista Time publicou um artigo sobre o tema, e nos mostra que existe um método que é considerado o mais eficiente.
Assim como diversas pesquisas foram feitas para descobrir os malefícios do tabagismo, há muitos cientistas se preocupando em encontrar uma maneira de ajudar quem já tentou deixar de fumar, mas ainda não conseguiu.
Quando um fumante tenta abandonar seu vício, ele costuma seguir por um dos seguintes caminhos: parar de fumar de uma vez por todas ou diminuir a quantidade de cigarros aos poucos. A questão é: qual desses meios é o mais efetivo?
Nicola Lindson-Hawley, da Universidade de Oxford, diz que é normal as pessoas acreditarem que a diminuição gradual do número de cigarros fumados ao dia é um bom negócio, porque parece lógico mesmo, mas pesquisas sobre o assunto revelam que não é bem assim.
Hawley e outros pesquisadores observaram os hábitos de quase 700 ingleses que fumavam pelo menos 15 cigarros por dia e que pretendiam largar o vício. Todas essas pessoas toparam marcar uma data para parar de fumar, interrompendo o vício depois de duas semanas participando do estudo.
Metade dos voluntários foi designada a fumar normalmente até a data marcada e, a partir de então, deveriam parar de vez. A outra metade topou diminuir o consumo aos poucos, até o dia combinado. Durante a pesquisa, todas as pessoas receberam suporte psicológico e tiveram acesso a produtos de nicotina (como pastilhas, chicletes e spray), que ajudam a diminuir a necessidade de acender um cigarro.
Os cientistas examinaram os efeitos da abstinência em cada participante em dois momentos: no primeiro mês após a data de abandono total de nicotina e seis meses depois. As análises revelaram que as pessoas que deixaram de fumar de uma vez só tiveram um desempenho bastante melhor do que as pessoas que foram diminuindo o hábito aos poucos.
No primeiro mês, do grupo que parou abruptamente, 49% das pessoas conseguiram mesmo largar o vício; e do grupo que parou aos poucos, 39%. Depois de um semestre, esse índice caiu para 22% e 15%, respectivamente.
Em termos de preferência, os voluntários disseram que foi melhor parar aos poucos do que de maneira abrupta, mas, infelizmente, os números revelaram que a preferência não importa muito em termos de sucesso: “Mesmo que as pessoas desejassem parar gradualmente, elas eram mais propensas a isso se usassem o método abrupto”, explicou Hawley.
Ainda que esses números pareçam insatisfatórios, os pesquisadores consideraram bons os índices de sucesso entre as pessoas que pararam, de fato, de fumar. Em futuras pesquisas, a equipe pretende analisar métodos de abandono gradual, para descobrir se há alguma maneira de tornar esse método mais eficiente.