Artes/cultura
24/04/2019 às 06:33•1 min de leitura
Apesar do consumo de drogas afetar nossas funções cognitivas, a maioria das toxinas, vírus e bactérias não conseguem entrar em nosso cérebro graças à barreira hematoencefálica. O que por um lado é extremamente benéfico para o nosso organismo, por outro também impede que medicamentos cheguem até essa região.
Reprodução/Unsplash/Matteo Paganelli
Soluções utilizando nanotecnologia se mostraram viáveis, mas a opção mais prática até agora foi o uso de um conhecido princípio ativo da maconha, o canabidiol.
A barreira hematoencefálica é essencial para a função metabólica do cérebro, protegendo o sistema nervoso central (SNC) de substâncias potencialmente neurotóxicas. Uma das moléculas que possuem passe livre na barreira é o canabidiol, composto sem efeitos psicoativos presente na maconha.
Durante os testes que procuravam confirmar essa possibilidade, pesquisadores preencheram nanocápsulas com material fluorescente, que por sua vez foram revestidas por uma camada de canabidiol. Após injetar o material em ratos, a equipe conseguiu rastrear a entrada das cápsulas no cérebro. A solução também foi testada em laboratório, utilizando células humanas, onde o resultado obteve o mesmo sucesso.
Reprodução/Unsplash/Demi Pradolin
Dessa forma, o sistema de injeção de medicamento funciona como um cavalo de troia, possibilitando o desenvolvimento de novos tratamentos que atualmente não são possíveis pela falta de acesso a áreas específicas do cérebro. Dentre os principais problemas que ganham uma boa perspectiva de tratamento estão a esquizofrenia e a doença de Alzheimer.
A liberação do uso da maconha para fins recreativos ainda pode ser um grande tabu em muitos países, mas diversas pesquisas já mostram que os princípios ativos da cannabis possuem grande potencial no desenvolvimento de novos medicamentos.