Ciência
23/10/2023 às 03:00•2 min de leitura
O estrabismo é um distúrbio relativamente comum que pode atingir de 5 a 8% das crianças brasileiras, segundo a Secretária da Saúde do Distrito Federal. Porém, oque talvez muitos não saibam é que há algumas formas de identificar esse problema para iniciar o tratamento quanto antes.
Caso queira saber mais sobre o assunto, a doutora Claudia Faria, oftalmologista especialista em estrabismo do Hospital Albert Einstein, compartilha alguns dados sobre o estrabismo e os motivos que fazem com que ele apareça na vida de uma pessoa.
Dentre os comportamentos mais comuns de uma pessoa com estrabismo estão o fato de fechar um olho quando está no sol ou girar a cabeça para enxergar melhor. No caso de crianças, também é possível destacar dor de cabeça, dificuldade para lacrimejar ou dor nos olhos — ou até mesmo não apresentar nada além do desalinhamento do olhar.
“O estrabismo é a perda do paralelismo entre os olhos. Na maioria das vezes, sua causa é desconhecida”, revela a médica, além de completar que, quando ele aparece na vida adulta, as causas centrais tendem a ser traumatismo craniano, diabete e problemas vasculares, como aneurismas, tumores cerebrais, entre outros.
Uso de óculos e tapão pode ajudar no tratamento do estrabismo.
Ainda segundo a especialista, um sintoma que deve ser observado é a ambliopia, uma baixa visão em um dos olhos e que nem sempre é simples de ser detectada.
"Como a criança apresenta comportamento normal mesmo enxergando bem com apenas um dos olhos, é muito importante os pais levarem a criança para avaliação oftalmológica", alerta a oftalmologista, reforçando que essa é uma situação contornável até os 8 anos.
Como são vários os tipos de estrabismo, a médica conta que os tratamentos também são específicos. "Alguns são corrigidos com o uso de óculos, outros com óculos e cirurgia de correção de estrabismo e há aqueles que são corrigidos apenas com a cirurgia. Em alguns casos, pode ser realizado o tratamento do estrabismo com toxina botulínica. A oclusão (ou tampão) é utilizada principalmente para o tratamento da ambliopia, a baixa visão causada pelo estrabismo", explica ela.
Estrabismo atinge de 5% a 8% das crianças no Brasil.
Quando não tratado da forma e na idade correta, o estrabismo pode comprometer a visão binocular (3D), além de gerar problemas psicológicos, sociais e econômicos graças ao desvio ocular.
Ainda nas palavras da oftalmologista, não são todos os casos de estrabismo que podem ser tratados com cirurgia, pois há casos em que apenas o uso de óculos já é o bastante para corrigir o problema.
Por fim, é importante ressaltar que algumas das peculiaridades da condição têm a ver com aspectos como atraso no desenvolvimento e Síndrome de Down. “Até os 4 meses de vida do bebê, observamos desvios intermitentes para fora ou para dentro. Depois dessa idade, se o sintoma persistir, o bebê deve ser avaliado por um oftalmologista”, diz a especialista.