O que os gregos e romanos já sabiam sobre saúde mental?

02/09/2024 às 03:003 min de leituraAtualizado em 02/09/2024 às 03:00

A Organização Mundial da Saúde estima que, atualmente, cerca de 280 milhões de pessoas no mundo todo sofram com depressão, e cerca de um bilhão enfrente algum tipo de situação com a sua saúde mental. 

Mas diferente do que se pode pensar, esta não é uma preocupação recente. Por incrível que pareça, os antigos gregos e romanos já falavam sobre a questão da saúde mental e propunham soluções para uma vida mais saudável. Vejamos algumas coisas que eles disseram.

1. O nosso estado mental é muito importante

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
Os antigos médicos gregos já falavam sobre os efeitos trazidos pelos pensamentos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Ainda no final do século 5 a.C., os antigos médicos gregos tinham a noção de que a medicina deveria se ocupar não apenas dos corpos, mas das mentes. Já se sabia que os nossos pensamentos, aliás, podem trazer consequências para a nossa saúde, incluindo a física.

Um texto médico grego escrito por volta de 400 a.C. dizia isso: que os nossos hábitos mentais (assim como nosso estilo de vida, vestimenta e moradia, atividade física e sexo) são determinantes para a nossa saúde.

2. Problemas da ordem da saúde mental podem nos deixar doentes

(Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
O médico romano Cláudio Galeno notava que algumas pessoas adoeciam por conta de seu estado mental.  (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Em outro texto da antiga Grécia, um médico anônimo descreve que um de seus pacientes, chamado Parmeniscus, estava mentalmente tão defasado que ficou delirante e sem conseguir falar. Ele teria ficado de cama por 14 anos até ser curado – o texto não documenta como isso aconteceu. Já por volta do século 2 d.C., o famoso médico romano Cláudio Galeno fez uma observação de que muitas pessoas adoeciam devido ao seu estado mental.

Galeno anotou sobre um paciente: "ele desenvolveu uma febre que o acompanhou por um longo tempo. Em seu sono, ele se repreendeu por sua perda, lamentou e ficou agitado até acordar. Enquanto estava acordado, ele continuou a definhar de tristeza. Então ele ficou delirante e desenvolveu febre cerebral. Ele finalmente caiu em um delírio que era óbvio pelo que ele disse, e ele permaneceu neste estado até morrer".

É interessante notar que os antigos gregos e romanos observavam que "pensar" poderia ser uma causa dos problemas de saúde e até de doenças, e que, em razão de seu estado de ânimo, os pacientes tinham dificuldades em sua recuperação. 

3. As doenças mentais podem ser prevenidas e tratadas

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Os gregos aconselhavam a prevenção dos sofrimentos mentais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Pode parecer surpreendente, mas, no mundo antigo, os médicos já pensavam em formas de prevenção e tratamento dos sofrimentos mentais. No século 5 a.C., o filósofo grego Aristipo de Cirene, que era discípulo de Sócrates, costumava aconselhar as pessoas que sofriam de distúrbios mentais: "concentre a mente no dia, e de fato naquela parte do dia em que você está agindo ou pensando. Somente o presente nos pertence, não o passado nem o que é antecipado".

Já por volta do século 4 a.C. o filósofo Clinias argumentava que usava métodos para aplacar a sua raiva: ele saía para tocar música com sua lira. Havia médicos que recomendavam que os pacientes mudassem seus estilos de vida para melhorar sua saúde mental, o que incluía adotar uma rotina de exercícios, mexer na dieta, ir até o mar, ouvir filósofos e fazer jogos mentais. Outros, como o romano Célio Aureliano, recomendavam refeições com muitas frutas e vinho suave.

Também era frequente que esses antigos médicos recomendassem remédios feitos à base de plantas. Uma flor chamada Heléboro era recomendada para as pessoas que sofriam de paranoia. Contudo, depois eles se deram conta que o Heléboro podia causar espasmos e até levar o paciente à morte.

4. Os médicos acreditavam que era preciso equilibrar as emoções

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Para curar a depressão, o mais recomendado, segundo os gregos, era a comédia. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

De modo geral, os antigos gregos e romanos pensavam que era preciso se esforçar para manter a saúde mental sempre em equilíbrio. Ou seja: uma pessoa que estivesse constantemente brava, desanimada ou ansiosa, deveria fazer algum esforço para buscar as emoções opostas.

O médico romano Célio Aureliano de Sicca recomendava, por exemplo, que pessoas que estivessem enfrentando a depressão se dedicassem a atividades que as estimulassem a rir, como ir ao teatro para ver um espetáculo de comédia.

 

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