Artes/cultura
06/03/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 18/03/2024 às 19:15
Em um mundo repleto de informações e práticas curativas diversas, sempre surgem histórias que desafiam nossa compreensão e, às vezes, até mesmo nossos estômagos. Recentemente, uma mulher espanhola chamou a atenção ao afirmar que pingar urina nos olhos curou sua miopia e astigmatismo.
Suama Fraile, uma influencer do TikTok e autodenominada "conselheira metafísica assistente", defende que a urinoterapia, ou seja, a aplicação de urina humana para fins medicinais, é muito mais eficaz do que os medicamentos convencionais.
A prática da urinoterapia não é novidade. Na verdade, remonta a milhares de anos e tem sido documentada em várias culturas ao redor do mundo. Desde os tempos antigos, pessoas têm acreditado nos supostos benefícios de beber urina ou aplicá-la de outras formas para melhorar a saúde.
No entanto, hoje em dia, estamos em uma era de evidência científica e medicina moderna, onde a maioria das terapias é submetida a rigorosos testes antes de serem amplamente aceitas.
A urina é composta principalmente de água, ureia, sais e outros resíduos. Embora contenha pequenas quantidades de vitaminas e minerais, não há evidências científicas sólidas que comprovem seus benefícios terapêuticos.
Além disso, a urina pode conter bactérias e toxinas que o corpo eliminou. Beber urina pode, na verdade, sobrecarregar os rins e expor o corpo a substâncias prejudiciais, o que pode levar a danos renais e outros problemas de saúde.
No contexto específico de aplicar urina nos olhos, como Suama Fraile sugere, os riscos podem ser ainda maiores. Os olhos são órgãos sensíveis e vulneráveis, e introduzir substâncias estranhas neles pode causar danos sérios. A urina não é estéril e pode conter uma variedade de bactérias que podem causar infecções oculares graves.
Por fim, não há evidências de que a urina tenha propriedades curativas para problemas de visão como miopia e astigmatismo.
É importante notar que a comunidade médica e científica não endossa a urinoterapia como uma prática segura ou eficaz. Na verdade, várias agências de saúde pública alertam contra o consumo de urina devido aos seus potenciais riscos à saúde.
Em última análise, se você está lidando com problemas de saúde, é sempre melhor procurar orientação médica profissional e confiar em tratamentos comprovados pela ciência.
No meio da pandemia de covid-19, surgiram até mesmo afirmações infundadas de que a urinoterapia poderia curar a doença. É importante esclarecer que não há evidências científicas que sustentem essa alegação, e as autoridades de saúde pública desencorajam fortemente o uso de terapias não comprovadas para tratar ou prevenir a covid-19 (ou qualquer outra doença).
A melhor maneira de se proteger é sempre seguir as orientações das autoridades de saúde e confiar em tratamentos baseados em evidências, como a vacinação.
Por mais que histórias como a de Suama Fraile possam ser intrigantes, é essencial abordá-las com um senso crítico e científico. Quando se trata de nossa saúde, é melhor confiar na ciência do que em soluções duvidosas — e perigosas.