Ciência
09/10/2022 às 10:00•2 min de leitura
Não há uma explicação clara para a ausência de acento no inglês, mas acredita-se que isso possa ser resultado dos ingleses aprendendo a escrita do latim. Como já possuíam suas próprias palavras e fonemas, eles foram adaptando para equivalentes do alfabeto latino.
A função básica dos acentos é garantir que o som (fonema) e sua expressão gráfica se pareçam o máximo possível. Acredita-se, então, que como a língua inglesa é primordialmente fonética (ou seja, sonora), os acentos não tenham sido incluídos originalmente no idioma.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A língua inglesa, hoje uma espécie de "idioma universal", tem sua origem na Inglaterra medieval, através dos povos germânicos que migraram para a ilha. Como o país sofreu com invasões de diferentes povos, houve uma mistura de culturas ao longo de vários séculos. O inglês escrito só foi surgir durante a dominação do território pelos romanos, momento em que o latim foi introduzido.
O chamado "inglês antigo", uma das primeiras formas do idioma, é uma evolução de dialetos germânicos ocidentais, chegados ao território com os anglo-saxões e influenciado pela língua nórdica dos vikings. Já o "inglês médio" surge no século XI, logo após a conquista normanda, trazendo as primeiras contribuições do francês e do latim.
O "inglês moderno" possui uma sub-classificação dada pelos linguistas chamada de primitiva, que vai do final do século XV até a difusão do trabalho de William Shakespeare. O moderno se espalha, então, a partir do século XVII, e passa a sofrer influências das ondas migratórias para a América.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ao longo dos séculos, diferentes idiomas influenciaram a língua inglesa, cujo uso conta com palavras de origens diversas, como o japonês, russo, italiano, alemão, francês, chinês e espanhol, por exemplo.
Durante a ocupação normanda, por exemplo, mais de 10 mil novas palavras foram introduzidas no inglês, de acordo com historiadores. Foi um momento de forte influência de palavras escandinavas e francesas.
A influência japonesa se restringe à inclusão de neologismos oriundos da cultura e estilo de vida do país asiático. Outros como o chinês, o persa e o russo exerceram influência com o empréstimo de palavras que seriam acrescentadas ao vocabulário. Depois do francês, coube ao espanhol e ao italiano, em virtude das ondas migratórias do século XX, a atuação sobre a língua inglesa.
(Fonte: Unsplash)
Como comentado anteriormente, a acentuação é um recurso da representação escrita de uma língua, que auxilia a que saibamos distinguir com facilidade diferentes palavras e sua tonicidade, de modo a lê-las de maneira correta.
No caso específico do idioma inglês, a maior parte das palavras que são acentuadas tem origem no idioma francês. De acordo com estimativas de linguistas norte-americanos, a língua francesa influenciou aproximadamente 10% das palavras do inglês. Essa é a maior porcentagem de influência de uma língua no idioma mais falado em todo o mundo.
A título de curiosidade, o idioma com acentuação mais falado no mundo é o mandarim, uma das variações da língua chinesa. Segundo estimativas, ele é falado por mais de 1,12 bilhão de pessoas no mundo. No caso de idiomas que utilizam o alfabeto latino, depois do inglês, o mais falado no mundo é o espanhol.