Artes/cultura
15/03/2019 às 11:00•2 min de leitura
Uma grande âncora foi achada recentemente na costa sudoeste da Inglaterra. O instrumento náutico estava a pouco mais de 30 km de um cabo conhecido como Land’s End, na península de Penwith, uma das principais atrações turísticas do condado da Cornualha.
Especialistas acreditam que o objeto tenha sido produzido entre os séculos XVII e XIX. Com base no tamanho e na idade, alguns vão mais longe e especulam que ela fazia parte do Merchant Royal, um famoso navio mercante inglês que naufragou em 1641.
O mergulhador técnico Mark Milburn é um dos que acreditam nessa hipótese. “Há muitas âncoras parecidas com essa. Ela tem longas hastes, então é perfeita para um navio de madeira, como o Merchant Royal”, explicou ao site iNEWS. No entanto, nada foi confirmado ainda.
Atualmente, a âncora se encontra no Porto de Newlyn. Milburn e Brackan Pearce, o capitão do barco que a tirou do mar, tentam conservá-la em água doce para que seja possível fazer um exame mais detalhado e, assim, descobrir se ela realmente pertencia ao Merchant Royal.
(Fine Art Images/Heritage Images)
Quando ingleses e espanhóis não estavam em conflito, negociavam ouro mexicano, que era uma mercadoria particularmente desejável no século XVII. Capitaneado por John Limbrey, o Merchant Royal era um dos navios responsáveis por transportar essa carga preciosa na época.
Depois de uma viagem de três anos ao Novo Mundo, a embarcação encontrou tempo ruim enquanto atravessava o Canal da Mancha e teve as suas bombas quebradas. Acabou afundando em 23 de setembro de 1641 — 40 pessoas foram salvas, inclusive Limbrey, mas 18 morreram.
Por ser considerado o naufrágio britânico mais valioso da história, o Merchant Royal ganhou o apelido de Eldorado dos Mares. Acredita-se que a sua carga era composta por 45 toneladas de ouro, 400 barras de prata, 500 mil moedas e várias joias. Estimativas apontam que tudo isso valeria mais de £ 1 bilhão atualmente.
Milburn teme que isso incentive algumas pessoas a mergulharem na região e, se encontrarem, roubarem partes do navio naufragado. Entretanto, o local onde a âncora foi encontrada tem mais de 90 m de profundidade, o que representa um grande risco para a vida daqueles que não têm experiência em mergulho.
O pesquisador planeja explorar a região, mas destacou que será uma missão difícil e, provavelmente, infrutífera. “É uma área exposta, então precisamos aproveitar um dia com maré certa e pouco vento”, explicou. “Também exige vários equipamentos, e só um mergulhador técnico experiente pode fazer isso”, alertou o especialista.