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20/08/2019 às 13:00•2 min de leitura
A National Gallery investiga uma das pinturas de Leonardo da Vinci desde 2005. E agora, 14 anos depois, o time de cientistas, restauradores e curadores que se formou ao redor da obra A Virgem das Rochas (1495-1508) parece ter chegado a algumas conclusões.
A instituição é dona da segunda versão que da Vinci fez de sua obra. Provavelmente, ela foi feita para substituir a primeira, que faz parte do acervo do Museu do Louvre. E, graças a uma tecnologia conhecida como refletografia infravermelha (IRR), eles encontraram uma terceira pintura oculta por baixo dela.
Contornos do anjo e do bebê Cristo em Zinco. Foto: National Gallery/Reprodução
"Novas imagens revelaram o design anterior de Leonardo para o anjo e o bebê Cristo. Elas mostram diferenças significativas em relação às aparências deles na pintura finalizada", explicou a National Gallery em um comunicado enviado para a imprensa.
"Na composição que foi desenhada primeiro, as duas figuras aparecem mais para cima. O anjo, voltado para fora, olha para o bebê Cristo e dá o que parece ser um abraço muito mais apertado", continou a instituição inglesa no mesmo texto.
Com a ajuda de uma uma técnica batizada de varredura de fluorescência de raios-X macro (macro XRF) – desenvolvida para estudar arte em 2018 –, os pesquisadores determinaram que o desenho oculto foi feito com a ajuda de materiais que continham zinco.
A pintura original e o traçado atualizado. Imagens: National Gallery/Reprodução
"Com a ajuda dessas imagens, podemos supor que Leonardo começou a trabalhar em uma nova composição, mas acabou mudando de ideia e reproduziu a pintura original", escreveu a National Gallery no comunicado que enviou para a imprensa.
"No entanto, a segunda versão não é mera reprodução. Além de fazer ajustes significativos nas figuras, ele aproveitou para explorar novos tipos de efeitos de iluminação, baseados em suas pesquisas sobre óptica e fisiologia da visão humana", argumentou o museu.
Originalmente, A Virgem das Rochas foi pintada para a Igreja de São Francisco de Maggiore, em Milão. No entanto, da Vinci achou que a instituição não ofereceu um valor adequado pela segunda versão da pintura e, assim, resolveu vendê-la. O artista teve diversos problemas financeiros ao longo da vida.