Ciência
16/04/2021 às 03:00•2 min de leitura
Quando faleceu na semana passada (9), o príncipe Philip de Edimburgo, esposo da rainha Elizabeth II da Inglaterra, deixou uma história de vida quase centenária, e diversos episódios polêmicos e até cômicos, explorados pela série The Crown, exibida pela Netflix a partir de 2016. No ano passado, a série introduziu na trama a mãe do príncipe consorte, Alice de Battenberg, que tinha uma relação complicada com o filho.
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Na vida real, a princesa teve uma vida tão fascinante que, certamente, mereceria uma série própria. Identificada como surda ao nascer, Alice foi diagnosticada com esquizofrenia, trancada em um sanatório, resgatou judeus da mão dos nazistas (entre os quais, encontravam-se seus genros) e acabou fundando a sua própria ordem religiosa.
A princesa surge no terceiro episódio da quarta temporada da série, tentando vender um broche de safiras em Atenas para angariar fundos para sua congregação. Após o golpe militar de 1967, na Grécia, ela se muda para o Palácio de Buckingham, onde passa a ocupar um pequeno sótão, onde divide confidências e cigarros com sua neta, a princesa Anne.
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Neta da rainha Vitória, Alice de Battenberg nasceu surda em 1885, no castelo de Windsor. Casou-se aos 18 anos com o príncipe André da Grécia e Dinamarca, e tiveram cinco filhos, quatro meninas e um menino, Philip, que se tornaria o duque de Edimburgo e depois consorte de Elizabeth II da Inglaterra.
Quando Philip ainda era um garoto, a família deixou a Grécia e se desfez: ele foi para internatos do Reino Unido e o pai se mudou sozinho para Monte Carlo. Aos 45 anos, Alice foi diagnosticada com esquizofrenia paranoide e internada em um sanatório suíço, onde foi tratada por Sigmund Freud que a diagnosticou com “frustração sexual”, indicando seções de radiação para acelerar sua menopausa, o que não deu certo.
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Fugindo do sanatório, a princesa voltou à Grécia, onde fundou uma ordem ortodoxa de freiras. Só voltou a Londres em 1937 para o funeral de sua filha Cecília, morta em um acidente aéreo. Entre as joias que não vendeu para sua obra de caridade, mandou fazer um anel de compromisso nos anos de 1940, que Philip utilizou para pedir a mão da futura rainha da Inglaterra.