Ciência
15/08/2021 às 10:00•2 min de leitura
O One-Cent Magenta da Guiana Inglesa de 1856 é uma relíquia histórica conhecida como o “selo mais raro do mundo” — e também o mais caro. Em 5 de junho de 2021, o pequenino pedaço octogonal de papel, com um carimbo postal e a ilustração de um navio de três mastros, foi leiloado por R$ 9,5 milhões em Nova York, após ficar em exibição na casa de leilões Sotheby’s, em Londres.
Ao longo dos séculos, o selo foi passando de mão em mão antes de ser localizado pelo Conde Philip La Rénotière von Ferrary, de Paris, que dedicou a sua vida à filatelia e reuniu uma coleção de selos raros e históricos.
(Fonte: Sputnik News/Reprodução)
A história do One-Cent começou em meados de 1855, quando uma remessa de apenas 5 mil dos 50 mil selos postais chegaram da Grã-Bretanha na colônia da Guiana Britânica, na costa norte da América do Sul.
Com um lote reduzido, o agente postal local se viu em uma situação difícil em tentar mostrar que as cartas e jornais foram entregues de maneira paga. Então, ele decidiu emitir um selo provisório só para manter a correspondência em movimento até que mais selos chegassem do exterior.
Para emitir um estoque provisório de selos de 1 centavo (para jornais) e 4 centavos (para cartas), o agente recorreu ao jornal local, o Royal Gazette. Ele tentou ao máximo imitar o design dos selos oficiais emitidos pelo governo.
A imitação funcionou e, após cerca de 8 a 10 semanas, o agente do correio os removeu de circulação porque haviam cumprido seu propósito. Visto que o selo de 1 centavo era considerado descartável para as pessoas por ser muito barato, o One Cent Magenta teria-se perdido para sempre se não fosse por um menino escocês de 12 anos, chamado Vernon Vaughn, que o encontrou entre os papéis de seu tio, em 1873.
(Fonte: The New York Times/Reprodução)
O filatelista em ascensão, que não sabia da preciosidade que tinha em mãos, vendeu o selo por cerca de US$ 10 para comprar um pacote de selos estrangeiros que achou mais atraente. E assim começou a jornada do One Cent Magenta no decorrer dos anos até chegar nas mãos de Ferrary, que o adquiriu em uma venda privada.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a coleção do conde foi apreendida pela França como parte de suas reparações do pós-guerra, chegando a pertencer a Arthur Hind, um magnata da indústria têxtil de Nova York e colecionador renomado de selos.
Após passar por mais algumas mãos, o último proprietário do selo foi John E. du Pont, o herdeiro de uma empresa química e assassino do lutador David Schultz, que pagou US$ 935 pelo One-Cent Magenta em um leilão em 1980.
Após a morte de Du Pont na prisão, em 2010, o selo foi finalmente leiloado e teve seus fundos revertidos para a caridade.