Ciência
11/11/2021 às 13:00•2 min de leitura
A cerca de 850 km de Perth, na Austrália, uma curiosa formação rochosa ocupa uma grande porção central do nordeste do continente, porém poucos turistas ou passageiros têm o privilégio de observá-la inteiramente. Isso, porque o Monte Augustus detém impressionantes 14 km de extensão e 5 km em sua porção mais estreita, contando a história sobre um jovem aborígene que se tornou lenda entre as comunidades locais.
Segundo as histórias contadas entre tribos, o Monte Augustus, que se assemelha à figura de uma pessoa deitada de lado, simboliza o corpo de um jovem chamado Burringurrah, morto há milhares de anos após fugir de sua comunidade quando estava prestes a iniciar um ritual tradicional de chegada à vida adulta. Considerado invasor depois de ser identificado em uma área vizinha à de sua tribo, o rapaz foi visto como ameaça e acabou assassinado, caindo no chão como uma "pedra".
(Fonte: Outback Pathways/Reprodução)
"Em nossa cultura e nossos costumes, você basicamente tem que pedir permissão quando for ao território alheio, e ele foi para lá sem ser convidado", esclarece Clifton Lockyer, da Comunidade Aborígene Burringurrah. "Ele foi punido por entrar em uma área proibida, o que o levou à morte. O corpo caiu no chão. Ele basicamente virou uma pedra, e onde ele jaz hoje… o local simbólico se tornou o Monte Augustus".
A paisagem histórica no cenário australiano detém belezas naturais impressionantes, como lagos naturais, selvas de oásis e desertos nas imediações. Porém, o maior destaque fica por conta do monte em si, que se revela colossal à medida que as pessoas se aproximam e evidencia uma das formações geográficas de maiores proporções em todo o continente, além de ser um verdadeiro mistério da Terra.
Devido ao respeito aos costumes aborígenes e à falta de conhecimento público sobre a elevação montanhosa, nativos lançaram um novo projeto educacional que visa treinar guardiões do Monte Augustus, de forma a preservar o caráter sacro do local e apresentar suas lendas a turistas que desejem conhecê-los a fundo.
A ideia envolve estabelecer áreas de trilhas, acampamentos, paisagens para fotos e passeios guiados que permitam uma exploração completa do cenário, mostrando como chegar às zonas de pinturas rupestres e piscinas naturais de maneira responsável e segura.
(Fonte: Western Australia/Reprodução)
"O que estamos tentando fazer é nos tornar autossuficientes, ter nossos próprios guardiões comandando nossos projetos e fazendo o que devemos fazer pelo nosso território", conclui Lockyer. "Meu principal objetivo é proteger e preservar nosso patrimônio e nossa cultura naquela área para as gerações futuras".